terça-feira, 21 de junho de 2016

A importância do alinhador

As máquinas cortadeiras, impressoras e rebobinadeiras, desde que rotativas claro, tem um princípio de funcionamento baseado em: desenrolar de um lado o material a ser processado e enrolar do outro o material pronto, explicando de forma simples.
Neste ato de desenrolar e enrolar no meio da máquina acontece o processo de conversão e personalização, no caso da impressora. O substrato recebe impressão, cortes, furos, marcas, relevos, vernizes, sobre material e tantos outros processos e acabamento que se desejem ou que a imaginação permite, além é claro do “bolso” do convertedor e do cliente.
Quando temos uma bobina muito bem alinhada (enrolada em paralelismo) o processo de fabricação, tomando-se por princípio que a máquina foi bem construída e alinhada, é bem simples e na mesma posição que a bobina é desenrolada em contraste com a lateral da máquina ela é rebobinada, ou seja, ela sai paralela a uma lateral e é enrolada nesta mesmo paralelismo, tornando-se uma bobina completamente alinhada como a que entrou no processo.
Porém, qualquer pequeno desvio lateral o processo de personalização ou acabamentos de corte ficam prejudicados e acabamos por ver desencaixes. Estes desencaixes lateral são tanto piores quanto o desvio da bobina em relação a seu alinhamento. Isso quer dizer que se a bobina for mal rebobinada, todo e qualquer variação lateral será “copiada” para a bobina rebobinada, então, desvios de 1mm para direita serão também apresentados no rebobinamento 1mm para direita. Isso, lembrando se a máquina estiver totalmente alinhada, caso contrario este desvio poderá ser maior ou menor, dependendo para onde a máquina “puxe” o material no processo.
Voltando, este desvio no rebobinamento pode não parecer muito, mas na impressão teria um desencaixe da primeira para segunda cor de 1mm e isso é muito, é visível e leva a perda do rótulo ou impossibilidade de uso de um formulário que tenha que ser reprocessado em matricial ou impressora térmica.
E o mesmo ocorre com o corte, se este desvio ocorre o corte poderá “degolar” o texto (sangrar o texto também é um termo correto) ou imagem que prejudicariam a leitura ou o layout da embalagem, rótulo ou etiqueta.

Bom mas como se corrige estes desvios de material?
Com uma aparelho que pode ser eletrônico, eletromecânico, eletropneumático, pneumático ou até mesmo manual.
No caso de manual, o que fazemos é “girar” ou “aparafusar” ou ainda “desaparafusar” um manipulo no eixo desbobinador que faz com que a bobina seja movimentada para direita ou para esquerda alguns milímetros conforme se gira este dispositivo, quanto mais girar para um dos lados maior será este movimento. Mas há limites e a correção não ocorre em tempo real, isso quer dizer que o operador deve ficar atento e estes desvios e girar este dispositivo para corrigir a bobina e assim tentar manter o material o mais alinhado possível para que o processo de conversão não seja prejudicado.
A automatização deste processo é feita com o uso dos alinhadores, que como dissemos podem ser de vários tipos.
Como ele funciona?
Alinhador Pneumático muito comum para mover grupo desbobinador em cortadeiras ou máquinas de grande porte.
Vamos lá, colocado ou na entrada (logo após o desbobinamento e antes da entrada no processo de impressão ou conversão), um leitor que pode ser por cortina de ar (pneumáticos) ou por sensores eletrônicos ou de ultrassom, a lateral do material (sua borda) é “lida” na posição em que se encontra o sensor. Se o material se desviar para direita (por exemplo entrando para dentro do sensor) um atuador que pode ser um motor ou um pistão pneumático ou hidráulico, movimenta uma mesa ou um conjunto de rolos “trazendo” o material novamente para o centro do sensor, corrigindo assim o desvio para direita ( o material é levado para esquerda). O mesmo ocorre no sentido inverso, quando o material sai para esquerda, se distanciando do sensor, os atuadores forçam o material a retornar ao centro do sensor. Tudo isso acontece com a máquina em pleno funcionamento sem a interferência do operador. O que o operador faz é no setup da máquina é posicionar o sensor na lateral do material e na distância correta para que o processo de impressão e/ou acabamento ocorra dentro dos limites estabelecidos de distância lateral. Outro ponto que o operador regula é a sensibilidade do sensor. Quanto mais sensível estiver mais rápida a resposta ocorre, mas em papéis muito finos como papel florpost a velocidade alta de correção pode romper o material. Filmes muito finos também com velocidade muito altas de resposta podem apresentar rugas.
Alinhador eletrônico, presente em máquinas de banda estreita modulares e algumas tambor central.
As correções ocorrem em milissegundos, isso quer dizer que um defeito de desvio de material lateral é corrigido muito antes deste atingir o ponto de conversão ou personalização, então não haverá, ou mesmo que haja, o desvio lateral não ultrapassa a ordem de centésimos de milímetro, ou seja, quase impossível de serem vistos sem o uso de conta-fios ou vídeo inspeção.
Mas estes dispositivos não são baratos e em muitas máquinas são opcionais. Sua aquisição com o equipamento, máquinas novas, pode elevar o preço da máquina em mais R$5 a R$10 mil reais nos modelos mais simples e podem chegar a R$20 mil nos mais sofisticados, já para montar em um máquina usada, pode ter seu custo de aquisição e instalação na ordem de R$10 a R$15 mil isso depende muito do modelo, empresa que prestará o serviço, etc.
Mas é um investimento que vale a pena. Máquinas modulares já saem de fábrica com alinhadores de banda ou web guide de fábrica no desbobinamento, assim como as máquinas de tambor central de banda larga. O segundo alinhador no entanto (na saída ou na entrada das unidades de corte) são opcionais.
Rebobinadeiras cortadeiras de material, usadas para processar filmes técnicos ou mesmo cortar bobinas jumbo para flexo por exemplo possuem por padrão alinhadores de banda na entrada.
Mas não se iludam, o sucesso do alinhador de banda tem muito haver como a eficiência no sistema de tensão do material e sistema de freios de desbobinamento e sistema infeed de alimentação. Mas este é assunto para um próximo post.
Quer saber mais? Deseja ter um treinamento sobre este e outros processos na flexografia? Entrem em contato.

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