As máquinas
cortadeiras, impressoras e rebobinadeiras, desde que rotativas
claro, tem um princípio de funcionamento baseado em: desenrolar de
um lado o material a ser processado e enrolar do outro o material
pronto, explicando de forma simples.
Neste ato de
desenrolar e enrolar no meio da máquina acontece o processo de
conversão e personalização, no caso da impressora. O substrato
recebe impressão, cortes, furos, marcas, relevos, vernizes, sobre
material e tantos outros processos e acabamento que se desejem ou que
a imaginação permite, além é claro do “bolso” do convertedor
e do cliente.
Quando temos uma
bobina muito bem alinhada (enrolada em paralelismo) o processo de
fabricação, tomando-se por princípio que a máquina foi bem
construída e alinhada, é bem simples e na mesma posição que a
bobina é desenrolada em contraste com a lateral da máquina ela é
rebobinada, ou seja, ela sai paralela a uma lateral e é enrolada
nesta mesmo paralelismo, tornando-se uma bobina completamente
alinhada como a que entrou no processo.
Porém, qualquer
pequeno desvio lateral o processo de personalização ou acabamentos
de corte ficam prejudicados e acabamos por ver desencaixes. Estes
desencaixes lateral são tanto piores quanto o desvio da bobina em
relação a seu alinhamento. Isso quer dizer que se a bobina for mal
rebobinada, todo e qualquer variação lateral será “copiada”
para a bobina rebobinada, então, desvios de 1mm para direita serão
também apresentados no rebobinamento 1mm para direita. Isso,
lembrando se a máquina estiver totalmente alinhada, caso contrario
este desvio poderá ser maior ou menor, dependendo para onde a
máquina “puxe” o material no processo.
Voltando, este
desvio no rebobinamento pode não parecer muito, mas na impressão
teria um desencaixe da primeira para segunda cor de 1mm e isso é
muito, é visível e leva a perda do rótulo ou impossibilidade de
uso de um formulário que tenha que ser reprocessado em matricial ou
impressora térmica.
E o mesmo ocorre com
o corte, se este desvio ocorre o corte poderá “degolar” o texto
(sangrar o texto também é um termo correto) ou imagem que
prejudicariam a leitura ou o layout da embalagem, rótulo ou
etiqueta.
Bom mas como se
corrige estes desvios de material?
Com uma aparelho que
pode ser eletrônico, eletromecânico, eletropneumático, pneumático
ou até mesmo manual.
No caso de manual, o
que fazemos é “girar” ou “aparafusar” ou ainda
“desaparafusar” um manipulo no eixo desbobinador que faz com
que a bobina seja movimentada para direita ou para esquerda alguns
milímetros conforme se gira este dispositivo, quanto mais girar para
um dos lados maior será este movimento. Mas há limites e a
correção não ocorre em tempo real, isso quer dizer que o operador
deve ficar atento e estes desvios e girar este dispositivo para
corrigir a bobina e assim tentar manter o material o mais alinhado
possível para que o processo de conversão não seja prejudicado.
A automatização
deste processo é feita com o uso dos alinhadores, que como dissemos
podem ser de vários tipos.
Como ele funciona?
Alinhador Pneumático muito comum para mover grupo desbobinador em cortadeiras ou máquinas de grande porte. |
Vamos lá, colocado
ou na entrada (logo após o desbobinamento e antes da entrada no
processo de impressão ou conversão), um leitor que pode ser por
cortina de ar (pneumáticos) ou por sensores eletrônicos ou de
ultrassom, a lateral do material (sua borda) é “lida” na posição
em que se encontra o sensor. Se o material se desviar para direita
(por exemplo entrando para dentro do sensor) um atuador que pode ser
um motor ou um pistão pneumático ou hidráulico, movimenta uma mesa
ou um conjunto de rolos “trazendo” o material novamente para o
centro do sensor, corrigindo assim o desvio para direita ( o material
é levado para esquerda). O mesmo ocorre no sentido inverso, quando o
material sai para esquerda, se distanciando do sensor, os atuadores
forçam o material a retornar ao centro do sensor. Tudo isso acontece
com a máquina em pleno funcionamento sem a interferência do
operador. O que o operador faz é no setup da máquina é posicionar
o sensor na lateral do material e na distância correta para que o
processo de impressão e/ou acabamento ocorra dentro dos limites
estabelecidos de distância lateral. Outro ponto que o operador
regula é a sensibilidade do sensor. Quanto mais sensível estiver
mais rápida a resposta ocorre, mas em papéis muito finos como
papel florpost a velocidade alta de correção pode romper o
material. Filmes muito finos também com velocidade muito altas de
resposta podem apresentar rugas.
Alinhador eletrônico, presente em máquinas de banda estreita modulares e algumas tambor central. |
As correções
ocorrem em milissegundos, isso quer dizer que um defeito de desvio de
material lateral é corrigido muito antes deste atingir o ponto de
conversão ou personalização, então não haverá, ou mesmo que
haja, o desvio lateral não ultrapassa a ordem de centésimos de
milímetro, ou seja, quase impossível de serem vistos sem o uso de
conta-fios ou vídeo inspeção.
Mas estes
dispositivos não são baratos e em muitas máquinas são
opcionais. Sua aquisição com o equipamento, máquinas novas, pode
elevar o preço da máquina em mais R$5 a R$10 mil reais nos modelos
mais simples e podem chegar a R$20 mil nos mais sofisticados, já
para montar em um máquina usada, pode ter seu custo de aquisição e
instalação na ordem de R$10 a R$15 mil isso depende muito do
modelo, empresa que prestará o serviço, etc.
Mas é um
investimento que vale a pena. Máquinas modulares já saem de fábrica
com alinhadores de banda ou web guide de fábrica no desbobinamento,
assim como as máquinas de tambor central de banda larga. O segundo
alinhador no entanto (na saída ou na entrada das unidades de corte)
são opcionais.
Rebobinadeiras
cortadeiras de material, usadas para processar filmes técnicos ou
mesmo cortar bobinas jumbo para flexo por exemplo possuem por padrão
alinhadores de banda na entrada.
Mas não se iludam,
o sucesso do alinhador de banda tem muito haver como a eficiência no
sistema de tensão do material e sistema de freios de desbobinamento
e sistema infeed de alimentação. Mas este é assunto para um
próximo post.
Quer saber mais?
Deseja ter um treinamento sobre este e outros processos na
flexografia? Entrem em contato.
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