É possível realizar uma consultoria em flexografia pela internet?

A quase dois anos nossas vidas mudaram. Uma pandemia mundial abalou as estruturas do mundo deixando o ser humano no centro do ataque de um vírus microscópico que ceifou inúmeras vidas e nos fez rever e reavaliar as nossas atitudes, posturas e relações com outros seres humanos e com o planeta.

Não importa o segmento de mercado que você atue ou dependa, de alguma forma e em algum momento ele foi impactado pelas inúmeras consequências decorrentes de lockdown e alterações nos hábitos e volumes nos consumos dos mais diversos produtos e serviços.

Alguns produtos e serviços simplesmente sumiram das prateleiras logo nos primeiros dias do efeito "portas fechadas", outros sobraram e até deixaram de existir. 

Profissões foram extintas outras criadas, nunca se usou tanto o celular e internet como também nunca se consumiu tantas noticias quanto nos últimos 24 meses.

Aprendemos a nos comportar de forma mais "enquadrada" pois agora os monitores e câmeras são sinônimos de encontros e de reuniões, já não vemos mais o rosto de pessoas somente olhos entre máscaras e avaliar a leitura corporal de um funcionário, colaborador, sócio, cliente ou mesmo de um fornecedor se tornou impossível.

Mas, aos poucos aprendemos a conviver com esta realidade e é até estranho ver alguém sem máscara, é como se o mesmo estivesse sem as calças, ficamos indignados e fazemos observações repreensivas a quem se aproxima de nós sem a devida paramentação facial.

Dito isso no segmento de consultoria e apoio, curso e até treinamento em flexografia também se adaptou para seguir este modelo de Educação a Distância. 

Claro que os recursos que hoje dispomos ainda não permite uma intervenção natural ao equipamentos, mas com alguns dispositivos (eu desenvolvi algumas ferramentas para supervisionar máquinas a distância com telemetria) e uso de telemetria é possível em tempo real saber e até interagir em alguns pontos e no equipamento e ter uma noção real do que esta acontecendo em tempo real, permitindo que possa se passar ao operador mais detalhes do uso de sua máquina ou como ela se comporta a partir de suas interações e ações.

Mas, para os setores de arte, vendas, suporte a vendas, formação de preços e orçamentistas estas questão são bem mais simples de serem resolvidas e há inúmeras ferramentas disponíveis de forma gratuitas que podem auxiliar na prestação de serviços de consultoria e aulas pela internet.

A opção de vídeos, textos, imagens e fóruns que podem ser agregados e somados ao treinamento permite que você tenha uma boa experiência no quesito conhecimento técnico e de bases para o processo e produção flexográfica.

Há algumas vantagens como posso citar que são: 

• investimento - o treinamento, curso ou aula via internet é até 60% mais barata que a presencial;
• adequação de horários - o treinamento via internet ou tele-treinamento oferece flexibilidade de horários não atrapalhando o decurso da rotina de produção;
• espaço físico para a reunião - por se tratar de uma transmissão em tempo real pode ser acessado de qualquer lugar através de dispositivos móveis ou computadores, de sua casa, empresa ou mesmo na condução em direção a empresa/casa;
• as aulas podem ser gravadas e acessadas quantas vezes desejar - no quesito de praticidade e revisão as aulas podem ser gravadas e consultadas sempre que há dúvidas;
• material didático dinâmico e disponível em tempo real - o material é dinâmico, ou seja, atualizado a cada novo curso ou a cada questionamento de um aluno ou participante, podendo ter novos complementos atendendo assim a todas as questões;
• não há limites mínimos e pode-se ter muitos participantes ao mesmo tempo - devido não ter necessidade de uma sala ou ambiente, recursos de som e imagem e não sendo necessário a impressão de apostilas para os participantes além do investimento já mencionado que é infinitamente mais baixo pode-se incluir muito mais participantes por cada aula desde 01 pessoa até 50 e as vezes dependendo do recurso utilizado 100 ou mais de uma única vez;
• 
  Não há custos de deslocamento, translado, estadia e alimentação do técnico ou do consultor - por ser feito tudo via e dentro do estúdio do consultor não há necessidade de ter custos extras de hospedagem e transporte para deslocamento e acomodação do profissional;
• Segurança biológica - nestes tempos que falamos sobre contaminações covid, gripe, etc., esta é a forma mais segura de se fazer reuniões.
  

 Estes são apenas alguns pontos que resolvi enumerar nesta postagem para mostrar algumas das vantagens do uso de treinamento e reuniões via internet ou teleconsultoria.

Caso tenha mais interesse sobre o assunto entrem em contato flexonews.br@gmail.com.

 

Aula 13 - Conhecendo sua impressora - Guias de Material

 O sistema de guias desenvolve papel fundamental no equipamento impressor. Através deles é possível conduzir o substrato para o interior da máquina com tensão e alinhamentos precisos. Sem as guias seria impossível a realização de trabalhos registrados e de qualidade. O substrato passando pelos guias ganha tensão suficiente para que este fique tracionado sem esticar, e também ganha alinhamento, permitindo que se mantenha orientado lateralmente em todo o seu percurso pelo interior da máquina.

As guias mais simples que podemos encontrar em máquinas flexo são do tipo fixo. Estas não ”giram”, mais possuem articulação que permite o movimento e  posicionamento para cima e para baixo ou para frente e para traz. Também há batentes em suas para manter o substrato em uma posição e correção lateral permitindo assim movimentos pequenos (algo em torno de 3 a 4mm) ajustando o
substrato na largura da máquina ajustando com a impressão ou faca. Os guias fixo são muito simples não tendo nada de especial como pode ser visto na visão explodida de um modelo comum em máquinas do tipo bancada.

As máquinas de plataforma possuem guias fixo na lateral da máquina, mas estes são montados sobre rolamentos. Este tipo de guia tem a mesma função que o anterior, porém, gira com a passagem do substrato. Estes guias podem ou não possuir anéis de batente que limitam o substrato lateralmente, bem como também podem ter ajustes lateral. Os guias rotativos giram a mesma velocidade periférica que o substrato que entra na máquina. As guias recartilhas cumprem um outro papel importante que é de minimizar os efeitos do adesivo do substrato (cola). Isto ocorre devido sua menor superfície de contato, impedindo a cola de grudar sobre a guia. Guias recartilhadas são particularmente úteis também após a impressão,  evitando que a tinta borre, e nas estações de corte evitando que o esqueleto grude nas guias danificando o material e atrasando o processo.

Os guias lisos ou recartilhados dispensam manutenção, somente um pano limpo e solvente da tinta são suficientes para deixá-los limpos para o próximo trabalho. O desalinhamento na montagem dos guias (estando de uma lado mais alto que o outro, por exemplo) influenciam no alinhamento do material e consecutivamente na qualidade de impressão. Há casos em que o desalinhamento é tanto que devemos colar os clichês deslocados do centro do cilindro muitos milímetros.

Este desalinhamento também pode causar rugas e marcas no substrato, romper esqueletos, desalinhar o corte longitudinal, entre inúmeros outros defeitos. O realinhamento e nivelamento dos rolos guias, o reforço na estrutura e o controle de tensão podem corrigir estes defeitos.

Aula 12 - Conhecendo sua impressora - Regulagem lateral desbobinador

 

Em equipamentos mais humildes, sem tantas inovações tecnológicas como alinhador de banda lateral é provável que tenhamos o sistema de ajuste lateral de bobina.

Sua função e promover o movimento lateral da bobina de alimentação (entrada) alguns centímetros para dentro ou para fora 3 , compensando e acompanhando a colagem ou centro da faca, dividindo de forma uniforme o material entre imagem e corte no sentido da largura da máquina.

Este sistema serve para centralizar melhor o substrato no equipamento. Na podemos ver a localização deste sistema de regulagem lateral. Ao girar qualquer manípulo da máquina, seja no sistema de ajuste lateral do desbobinador ou nos sistemas de guias com batente, teremos um movimento resultante no sentido da largura do papel. Isto quer dizer que se APERTAR ou sinal de ( + ) um manípulo nosso guia ou desbobinador vai mover-se para o interior da máquina. Ao SOLTAR ou sinal de ( - ) teremos o guia ou desbobinador movendo-se para fora da máquina, sentido operador.

Também podemos afirmar que com esta ação vamos mover o papel para dentro da máquina ou para fora da máquina (lado do operador). Em flexografia dizemos também movimentar para o lado da engrenagem (interior da máquina) ou  movimentar para lado operador (sentido contrário ao do engrenamento). A ilustração dá uma ideia do que estamos falando.

Como é calculado o preço dos clichês flexográficos?

Muitos clientes me perguntam como é feito o custo ou como se estimar o custo dos clichês flexográficos (letterpress também seguem o mesmo princípio), para um determinado trabalho.

Bem é muito simples vamos as dicas:

• temos que saber o preço do centímetro quadrado de seu fornecedor de clichês;
• anotar quantas cores (composição da imagem) são utilizados no trabalho; 
• determinar a área do cilindro porta clichês utilizado para montagem dos clichês.

Tendo em mente estes dados vamos a prática de um trabalho hipotético de um rótulo que tem 186mm de comprimento por 97mm de largura e são usados 4 cores para formar a Cromia (imagens) e 1 cor pantone.

Passo 01, dimensionar o cilindro porta clichês:

Por se tratar de rótulo o clichê vai envolver todo o cilindro por isso o tamanho do cilindro é fundamental (mas somente para dimensionar a montagem no perímetro), em nosso caso vamos usar um cilindro de Z60 módulo 1/8CP.

Com este dado em mente sabemos que vai possuir apenas uma imagem no perímetro, pois 60 x 3,175 = 190,5mm, então sabemos que temos somente uma montagem na altura, mas e a largura?

Vamos lá, a largura do trabalho é de 97mm, o que permitiria que fosse feito até duas montagens laterais em uma máquina com 250mm de largura, mas vamos focar em uma montagem só, ou seja nosso clichê terá hipoteticamente 190,5mm (comprimento total para envolver o cilindro) e 97mm largura.

Agora com este dado em mãos devemos lembrar que, os fabricantes de clichê costuma somar 2cm (20mm) a mais na largura e na altura para que possa ser computado a margem de fixação para o processamento do clichê.

Sendo assim, temos agora que o nosso clichê terá 97+20 e 190,5+20; neste caso a nova medida será 107 X 210,5mm.

Até agora tudo bem? Então vamos continuar, temos agora que multiplicar largura X altura para obter os centimetros quadrados (antes vamos converter em cm as medidas mm) 10,7 x 21,05 = 225,25cm (arredondando o cálculo).

Tendo a medida em centímetros de uma placa (clichê) agora vamos multiplicar por todas as cores o que corresponde a: 225,25 X 5 = 1126,25cm

Este é o total de centímetros quadrados das 5 placas, agora falta saber o custo disso, para isso basta agora multiplicar o total de centímetros pelo valor do cm² cobrado pela clicheria que  hipoteticamente será de R$0,16. Assim o valor dos clichês para este trabalho será de: 1126,25 X 0,16 = R$180,20.

Depois de explicado ficou bem simples entender quanto custo o seu clichê ou pelo menos poderá calcular uma estimativa de valor de quanto custaria realizar um trabalho com as características fornecidas pelo vendedor ou cliente.

Aula 11 - Conhecendo sua impressora - Regulagem do Freio Desbobinador

 O sistema de freios de desbobinamento não requer muitos cuidados para regular.
Os sistemas mecânicos, são basicamente uma sequência de molas e rolamentos de encosto acionados por um manípulo na ponta do eixo.

Quando iniciamos uma bobina, esta tem um diâmetro grande, então, aplicamos mais pressão na mola (girando o manípulo). Ao aplicar pressão, apertando o manípulo de regulagem, este projeta a flange do mandril contra o elemento de freio e este contra uma outra flange fixa. O atrito entre estas partes faz com que a bobina (por intermédio do eixo) tenha uma resistência maior ao ser girada. Esta  resistência ao tentar girar a bobina (tirar ela da inércia), transforma-se na tensão necessária para manter o substrato 2 esticado no interior do equipamento e entre os rolos guia.

Conforme a bobina vai diminuindo de tamanho, devemos aliviar a pressão da mola girando o manípulo em sentido oposto. Quando aliviamos a pressão da mola, dizemos que estamos reduzindo a tensão. Resumindo: Para aumentar a tensão, apertar a regulagem para diminuir a tensão, soltar a regulagem. 

A nossa ilustração mostra o mandril montado com os seus ajustes, flanges e elemento de freio.

Aula 10 - Conhecendo sua impressora - Elemento de Freio/fricção

 O elemento de freio para equipamentos banda estreita de tambor central e principalmente equipamentos de pequeno porte (máquinas com largura entre 100mm e 250mm) em geral são o feltro. Baratos e funcionais dentro do possível, conseguem manter a tensão constante mesmo em bobinas com 750m/l (metros lineares). Para que isso ocorra, é necessário dimensionar sua espessura e diâmetro, como a carga de pressão da mola sobre este elemento que esta entre dois discos e o mandril de rebobinamento ou desbobinamento.

Os elementos de fricção dos rebobinadores sempre sofrem maior desgaste que os dos desbobinadores, seja ele feltro ou outro tipo de material de frenagem. 

É possível montar freios diferenciados para trabalhos mais pesados (rodando bobinas maiores), nestes montamos elementos de freio similares a lonas de freio e pastilhas usadas em automóveis. A forma de montagem é a mesma posicionadas entre os discos movido e motor.

Os elementos de freio devem ser trocados sempre que apresentarem desgastes ou quando não  mais estiverem surtindo o efeito desejado de frenagem ou de ficção.

Não existe uma fórmula mágica ou receita para manutenção deste elemento. Seu desgaste é natural e a qualidade do material influenciará na vida útil e período de troca dos mesmos. O que mais prejudica este elemento são os excessos de calor gerado pelo atrito.

Quando a temperatura sobe a um determinado ponto, o elemento perde sua funcionalidade, e não adianta aplicar mais pressão no sistema que não surtirá efeito algum na frenagem. Elementos como pastilhas e lonas se a temperatura for muito elevada podem vitrificar e o freio não funciona mais, somente com a troca do elemento.

Freios falhando ou pouco eficientes podem ser resultados de lonas e pastilhas com óleo ou graxa. Neste caso lavar com álcool e lixar sua superfície podem minimizar o problema até sua substituição. No caso dos feltros o óleo é o menor dos problemas. A quem diga que os feltros uma vez a outra devem ser embebidos em óleo para melhorar sua performance.