segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Como iniciar uma pequena empresa MEI de etiquetas


Dentre as inúmeras perguntas que surgiram neste período de pandemia uma que me chamou muito minha atenção foi a de pequenos investidores, com um capital modesto que desejam iniciar um negócio.

E pasmem, o negócio que eles querem iniciar é o de produção de etiquetas para o setor de logística (vendas de marketplaces como Mercado Livre, Amazon, Shopee, B2W, Magalu, etc.).

Grande parte destes micro investidores quer ou possui MEI e foram "incentivados" a começarem seus negócios por terem perdido os empregos na pandemia ou por não terem esperança de conseguirem novas recolocações quando essa pandemia for melhor controlada e as coisas comecem a retomar a normalidade.

Mas, grande parte deles possui pouco capital para o investimento e menos ainda para capital de giro, mas é possível veja:

As dicas para quem quer abrir uma pequena empresa e "sobreviver" de forma mais "digna" a esta praga que assola o mundo (lê-se aqui a pandemia além de diversos outros conflitos de interesses em certos países), são as seguintes:


  1. Sente confortavelmente em sua sala/cozinha e de forma calma sobre a sua mesa coloque seu caderninho de anotações e faça as contas de seus custos fixos, ou seja, quanto você gasta para se manter exemplo: aluguel, água, energia elétrica (luz), despesas com escola, despesas com compras e cesta básica, despesas com seu carro e despesas com você;
  2. Agora munido deste estudo veja o que pode comprimir ou reduzir nestas despesas, ou seja, cortar o supérfluo o desnecessário. Esta sobra de recursos quando poupado garantirá uma reserva para momentos difíceis ou investimentos e despesas de última hora. Muito importante isso ok;
  3. Onde montar sua empresa? Veja o espaço em seu ambiente, seja ele sua garagem, sala, cômodo. Analise este espaço levando em consideração o espaço que a máquina, estoque e prateleiras das ferramentas irá ocupar e claro que deixe um espaço para circulação e para que possa se movimentar e trabalhar, faça um lay-out uma pequena planta em seu caderno tentando visualizar o que esta pensando, isso ajuda muito a ter ideia de que tudo vai dar certo e que não terá supresas desagradáveis como a ponta da máquina na calçada ou ter que movimentar as mesas, bobinas de papel e até a máquina para poder trabalhar;
  4. Analise a máquina ou máquinas necessárias e veja se seu dinheiro permite comprar ou se a empresa de quem esta comprando possui uma forma de parcelamento ou financiamento, reveja se ela esta dentro de suas posses e do orçamento que você montou, não comprometendo aquele custo fixo seu que deve ser conseguido ou garantido todos os meses para que você "viva" com tranquilidade ok;
  5. Aprenda sobre ela, conheça ela antes de comprar, contrate ou pergunte a um especialista ou veja algum review ou comentário no youtube, redes sociais ou compradores (impressores, operadores ou ajudantes) sobre o equipamento e preste bastante atenção nos pontos fortes e fracos que os usuários comentam sobre esta máquina ou acessório que deseja comprar. Isso ajuda entender como funciona, como é o desempenho e quais as dificuldade ou sucessos pode ter com ela. Mas faça isso antes de comprar, pois depois de comprado ai já era, ai ou você se adapta ou você se arrepende e vende;
  6. Decidido comprar a máquina lembre-s: Máquinas usadas já possuem certos "vícios" e desgastes que devem ser levados em conta e consideração, porém, se você sabe o que esta fazendo e tem quem possa corrigir estes vícios ou sabe lidar com eles o prazo de entregas e o valor pago são geralmente bem menores. Já máquinas novas levam um certo tempo (e conhecendo os fabricantes nacionais) e em geral este tempo sempre extrapola em  mais de 30 dias o previsto ou dado pelo fabricante, é coisa nossa cultural não ser muito fiel a prazos, datas e horários.  Por isso, se quer a máquina em seu endereço (empresa) no dia 15 de novembro tem que comprar pelo menos Julho pois o prazo médio é de 90 a 120 dias para fabricação isso depende do tamanho do fabricante e do "poder" de compra que você tem, em outras palavras, mais dinheiro na mão do fabricante mais rápido sai sua máquina;
  7. Pense que a máquina é só a primeira aquisição e ela não faça nada sem insumos. A máquina é como um "carro". O carro sem motorista, sem rodas, sem calibrar os pneus, sem óleo e combustível não vai a lugar nenhum. Lembre-se todos os insumos são pagos e alguns são bem caros. Facas nos formatos das etiquetas que pretende fazer como 40x40mm, 40x25mm, 100x150mm, 100x175mm, 60x40mm, etc.. etc.. que são muito comuns em logística custam dinheiro e são investimentos e tem uma vida útil e certa fragilidade por isso manusear precisa do "piloto" certo para aumentar esta longividade e garantir que ela não seja danificada pelo mau uso ok. Há importante, todas as facas e insumos geralmente não estão disponíveis a pronta entrega e os que estão levam de 3 a 10 dias (ou até mais dependendo do Estado que você esteja e método de postagem) para que você os receba em seu endereço, por isso a programação é bem importante; 
  8. Ter um pequeno estoque de matéria prima ajuda. Rolos de papel térmico, papel Couchê e Branco Fosco (nomenclaturas usadas no setor flexo de produção de etiquetas e rótulos), fazem toda a diferença para que você possa produzir rápido e atender o seu cliente no prazo. Se bem que etiquetas "Brancas" ou seja, sem impressão podem ser fabricadas e deixadas em estoque para atender a demanda de procura, como um produto de prateleira. Mas, cuidado, etiquetas de automação podem seguir este exemplo como as 40x40mm em papel térmico ok, podem ser fabricadas e deixadas armazenadas para que sejam entregues ao fazerem as vendas. Já etiquetas de 65x144mm (nem sei se existe isso) já é mais arriscado pois é uma medida fora de padrão, por isso analisar o cliente que compra etiquetas fora de medidas e sua pré disposição de compra é fundamental para "não quebrar" logo no primeiro pedido ou ter um monte de etiquetas sem utilidade no estoque que só gera despesas e prejuízos e não tem previsão de vendas ok;

Estas são as dicas básicas que dou para você que quer iniciar. Mas por qual máquina eu devo começar?

Bem, etiquetas impressas sem dúvida tem um maior valor agregado mas requerem muito mais conhecimento, investimento e "jogo de cintura" para administrar. Comece com uma Troqueladora, é uma máquina que possibilita somente o corte das etiquetas sem impressão (o que é útil para quem pretende atender marketplaces, logísticas e supermercados e padarias de bairros de pequeno porte). 

A troqueladora varia de preço e de fabricante e nova pode se comprada desde pouco mais de R$20,000,00 chegando até uns R$45,000,00 mais ou menos (claro dependendo do fabricante, prazo de entrega e forma de pagamento estes valores podem sofrer bastante variação, não existe um padrão ou uma tabela ok).


Já um faca (para cortar as etiquetas) varia de pouco mais de R$800,00 até uns R$1800,00 e depende do tipo, tamanho (diâmetro e comprimento), fabricante. Uma faca leva de 5 a 10 dias úteis para ser fabricada mais ou tempo de transporte e dura e tem uma boa vida útil se bem cuidada.

O papel térmico, esse depende muito de inúmeros fatores. Poder de compra, quantidade, distância da entrega (pois o transporte interfere no preço final do produto), Estado (devido ao ICMS), etc... etc... e tem que ser consultado pois como a celulose (matéria prima para fabricar o papel) é dolarizada é necessário consultar já que os valores podem sofrer alterações ao logo dos meses.

Espero ter ajudado a quem deseja iniciar um negócio a ter noção sobre como e o que comprar para iniciar e qual o ponto de partida. Reforçando o ponto de partida SEMPRE SERÁ O PLANEJAMENTO em qualquer negócio que for fazer, medir os prós e contras e fazer uma avaliação do "DINHEIRO QUE SE TEM" e qual o custo deste dinheiro para você. As vezes, se você não tem uma boa fonte de informação, consulta ou suporte é melhor "deixar" este dinheiro seu parado, pois assim o risco é menor e então busque o suporte necessário antes de sair gastando sem um foco ou plano bem traçado.

Quer mais informações? Entre em contato.

 

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Eu respondendo a perguntas dos leitores e clientes!


 Em mais de 38 anos de atuação no segmento gráfico, em especial na flexografia (mais de 30 anos) e destes mais de 80% do tempo para banda estreita já me fizeram inúmeras perguntas e das mais simples às mais complexas. 

Lembrei recentemente de algumas e vou compartilhar com vocês aqui para que saibam um pouco mais de minha trajetória neste mercado empolgante da produção gráfica e flexografia.

Você tem alguma formação técnica?

Sim, sou "cria" do SENAI Theobaldo de Nigris e Felício Lanzara, fiz aprendizagem lá e técnico onde me dediquei especialmente a flexografia apesar de ter passado por quase todos os setores da escola como Off-set, fotolito e retoque, tipografia (hoje acredito extinta), PVG (produção visual gráfica) e tantos outros setores. Um especial carinho tenho com todos meus Mestres que gentilmente repassaram seus conhecimentos, experiências e dicas para mim e para tantos outros alunos desta maravilhosa instituição nos moldando nestes profissionais de hoje.

Você tem algum conhecimento mecânico e de fabricação?

Sim, ao longo dos anos fiz alguns cursos e investi em treinamentos para aprimorar minhas técnicas tanto como profissional gráfico como também para conhecer como eram fabricados as peças e partes mecânicas, as engrenagens, cilindros etc, somente assim eu poderia me tornar um bom consultor e profissional e entender por que e como a máquina funciona antes de apontar um erro, falhar ou condenar algum tipo de insumo,peça ou até mesmo a máquina. Entender como se faz e como funciona faz todo os sentido para se tornar um bom profissional e saber o que se esta falando.

Com o conhecimento que você tem nunca pensou em fabricar máquina?

Olha, já até pensei, mas prefiro ficar só nos projetos e consultorias, estes me dedico bastante utilizando recursos de software paramétrico 3D onde faço melhorias e crio recursos e partes ou acessórios para máquinas existentes e produção de produtos diferenciados. Fabricar máquinas requer um capital que não disponho, pois para fazer "cópias" de outras máquinas não faz sentido algum continuar dividindo o mercado e oferecendo produtos de qualidade questionável ou "igual" ao do concorrente. Ou você faz algo bom e útil ou contenha-se em fazer o que faz de melhor sem se aventurar em algo que não poderá dar continuidade. Mas o capital é um fator limitador para fabricação de máquinas com certeza.

E uma indústria de conversão, uma empresa de flexo fabricante de embalagens ou rótulos já pensou em ter?

Puxa, de verdade, não! Parece incrível, mas não tenho esta vontade de ter uma empresa de conversão ou fabricação de etiqueta ou embalagens. Como disse o fator capital (leia-se dinheiro mesmo) é limitador. Para se ter algo dos sonhos que faça o que e com as inovações que pretendo, sendo o diferencial tanto na qualidade, entregas, quanto no produto final para surpreender o cliente final em todos os sentidos custa muito caro. Mas em contra partida, gosto muito de dar consultoria de criar novas soluções, recursos e treinar e inovar nas empresas a quem me dedico como consultor ou apoio de alguma forma.

Qual foi a empresa que mais lhe impressionou nestes anos?

Nossa, tantas empresas me impressionaram tanto no sentido de inovação quanto no abandono. São diversos níveis e culturas empresariais que vivenciei neste mais de 30 anos. Umas me impressionaram pelo tamanho, outras pela total falta de controle. Mas sem dúvida uma marcou muito meu início foi a Divani S/A Embalagens (a primeira empresa que trabalhei logo após me formar no SENAI), era uma empresa enorme, com centenas de máquinas, faziam desde saquinhos de pipoca até papeis de presente e embalagens de grande porte como sacos valvulados para adubo e rações, eram 4 conduções por dia, acordava as 4h00 da manhã para estar na Rua dos Americanos 533 as 7h00 e chegava todos os dias em casa as 21h00, carregava marmita, tinha o Sr. Joel como encarregado e na clicheria o Sr. José ambos me ensinaram muito, mas apesar das dificuldades e cansaço diário pois a gente pegava no pesado mesmo desde empurrar bobinas até lavar tinteiros com tinta suferino a base de água (aquilo manchava a mão da gente uma semana) eu adorava aquilo. Uma pena que esta empresa caiu no esquecimento e se perdeu no tempo, a Divani tinha diversas unidades espalhadas por São Paulo e outros Estados.

E no setor de rótulos você tem uma lembrança especial?

Claro, não posso esquecer da Art Print Color e do Dr. Eduardo Chéde, Dr. Carlos, Delcino, Valdes e tantos outros que fizeram parte desta instituição. Dr. Eduardo me ajudou muito a dar asas as minhas ideias e criatividade, inclusive quando eu lancei a revista Flexonews ele foi meu primeiro entrevistado. Uma personalidade, assim defino o Dr. Eduardo de um bom humor único. Através dele como presidente da ABIEA tive também minha primeira experiência com um público de mais de 200 pessoas onde dei minha primeira palestra no auditório do SENAI em um seminário que fizemos para o setor de banda estreita. Dr. Carlos, "figuraça" sempre sério mas quando abria um sorriso era contagiante. Depois disso foram muitas realizações juntos em alguns encontros da ABIEA, Label Expo e tantos outros.

Mas devo também respeito e especial carinho também a Printek, onde o Sr. Sérgio Cruz e eu nos divertimos algumas vezes fazendo o que mais gostávamos produzir rótulos e etiquetas e divergimos algumas vezes, claro pois tudo é assim dias em que concordamos e dias que não concordamos e uma falta (acredito que falo por nos dois) de nosso amigo Geraldo que partiu cedo e deixou saudades...

E, não menos importante um amigo que também partiu antes de realizarmos muitos planos que compartilhávamos o Sr. Gilson da GGS, este foi um pioneiro que deixou uma lacuna no setor de fabricação de máquinas flexográficas no Brasil

Mas são tantas personalidades importantes que daria para escrever um romance digno de horário nobre na globo.

O que você espera para o setor flexo de banda estreita no Brasil (rótulos e etiquetas)?

Antes da pandemia de 2019 que se estendeu até este presente momento que estou escrevendo (no momento que escrevo meados de agosto de 2021) eu tinha uma visão sobre o mercado, mas agora é um grande incógnita. Digo isso por que muitas empresas como a gente conhecida antes da pandemia deixaram de existir, outras perderam seus principais lideres, outras tomaram novos rumos e estratégias, reduziram funcionários, produtos e produção e o mesmo aconteceu com todos os setores.

Claro que a pandemia trouxe novos horizontes e oportunidades como a fabricação de etiquetas brancas (automação e logística), embalagens flexíveis e caixas de corrugado tiveram grandes altas na produção e preços e a marcação e identificação tiveram também um crescimento expressivo.

Mas hoje, como tive que manter o isolamento e muitas empresas também deixaram de emitir seus relatórios e o acompanhamento ficou mais difícil não saberia com exatidão dizer se "estão bem das pernas", acredito que todas estão a partir de agora reavaliando e se reinventando para o novo recomeço. A grande vantagens é que todos começaram iguais, ou seja, com as mesmas chances de sucesso ou fracasso. Volto a repetir que o que permitira infelizmente se estas empresas terão sucesso ou fracasso será o seu bolso (o tal fator financeiro, se tem capital bem, se não tem amém).

Para as empresas que tem um reserva o recomeço agora que parece que as coisas começaram a se estabilizar (devido ao número de vacinados) será mais fácil, para as que gastaram tudo para se manterem abertas, bem acredito que sofreram bem mais ou nem passaram de 2022.

Por outro lado, variantes deste mal que assola o mundo já preocupam e fazem novamente alguns setores e países fecharem as portas. A quantidade de conflitos ao redor do Globo e outros problemas relacionados a política, clima, estabilidade financeira, etc... preocupam diversos setores e acabam por interferirem na análise e no que pensar e como pensar.

O que eu estou fazendo é projeções pequenas de curto médio prazo e tentando viver a cada dia, como dizia o Sérgio Cruz: Matando um leão por dia... (mas o pior que nem o leão está dando as caras...)

Eu pretendia retornar as consultorias presenciais a partir de fevereiro de 2022, mas tudo depende destes fatores citados, ainda esta tudo muito rebuscado para definir o que ou como fazer ou qual caminho tomar, ao menos essa é minha opinião e postura para meu negócio.

Por outro lado, como eu disse, se você fizer pequenas projeções, investimentos de pequeno e médio prazo e avaliar bem os riscos com certeza terá sucesso e continuará produzindo e atendendo bem seus clientes, mas hoje a contabilidade e estratégias de logística são pontos cruciais para se manter ativo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Como saber o que estou produzindo?

 

Quando estou em consultoria em alguma empresa em algum momento o contratante, que em geral é um dos sócios ou dono da companhia me pergunta: "Como eu sei o que a máquina esta produzindo em tempo real?"

É uma pergunta que pode ter algumas respostas, como segue:

Esteja mais tempo na produção...

A primeira forma de obter respostas para saber o que esta se produzindo em tempo real é estar mais tempo dentro da produção, acompanhando seus operadores, impressores e equipe de produção e acabamento.

Tenha um PCP bem organizado e uma boa equipe de apontamento...


Um bom PCP (Plano de Controle de Produção) feito e organizado por quem conhece as rotinas de produção, capacidade de máquinas e equipe de produção, seus estoques e gerenciamento de recursos e ferramentas garante que a produção aconteça. Já o apontador vai alimentar todo o sistema de informações e o próprio PCP para que ele possa ajustar-se e promover as devidas alterações para que nada pare.

Equipe treinada e coesa, estoques confiáveis e ordens de serviços compreensíveis e claras...

Quando a equipe é treinada, sabe o que faz e a hora que fazer, quando seus estoques possuem todos os insumos e recursos necessários prontos para serem utilizados evitando paradas e tempos mortos ou falhas no processo de alimentação das máquinas e quando as ordens de produção são claras, expressando exatamente o que e quando deve-se fazer e para quem em um prazo conhecido e possível dentro do bom senso saberá onde e como estão as coisas em sua empresa.

Um bom sistema de controle de produção (software)...

Quando se tem um bom sistema e este esta sendo alimentando apropriadamente com todos os eventos e processos em andamento ou que deixaram de serem executados em sua empresa e este "monta" um relatório ou gráfico de onde estão e como estão os trabalhos em no interior da fábrica também terá uma boa ideia de como esta sua produção.

Bem, claro que ter todos estes recursos trabalhando harmonicamente e presentes em sua empresa diria que você tem controle total de seu processo e sua equipe é a mais organizada e produtiva do Planeta!

Não é ironia de minha parte afirmar isso já que nem todos conseguem "juntar" todos estes recursos funcionais ao mesmo tempo o tempo todo na empresa, em algum momento um destes itens falha, seja na alimentação de dados, seja na logística de matéria prima ou recursos a serem utilizados, além é claro de fatores externos como falta de energia, funcionário, greves de empresas de transporte, falta de aprovação por parte do cliente e tantos outros motivos.


Mas tem uma forma ainda mais prática para saber quando um equipamento ou máquina esta trabalhando, parada, quanto produz e a que velocidade. O uso de tecnologia de monitoramento através de dispositivos IoT (Internet of Things - internet das coisas).

Esta tecnologia não é nova, mas esta cada vez mais barata, acessível e fácil de instalar e usar em máquinas, equipamentos e dispositivos dos mais diversos e até naqueles considerados ultrapassados e antigos.

Com a instalação de um módulo "inteligente" que faz a comunicação com os sensores já instalados na sua máquina ou equipamento e com a incorporação (instalação) de alguns outros sensores é possível através da rede interna (intranet) ou da internet saber em tempo real como a máquina esta se comportando.

Dados de velocidade, temperatura, produção inicial, produção final, quantidade produzida por minuto, quantas paradas a máquina deu, quantas vezes o esqueleto quebrou, se as estufas foram ligadas, quais grupos impressores foram usados e inclusive quem iniciou o equipamento (funcionário que ligou e esta responsável logado na máquina) e quem finalizou.

Eu sei, falando assim parece coisa da "Boing" como a telemetria de motores "a jato" que os aviões tem hoje em dia, mas é possível, real e esta tecnologia já esta disponível em e para diversas máquinas.


Os CLPs (
controlador lógico programável) que já estão presente em muitas máquinas, possuem (nos mais modernos e recentes) acesso a redes e podem ser monitorados e até programados a distância com uma simples conexão RJ45 ou até pelo WiFi de sua empresa, pois muitos já possuem IP próprio e protocolos de comunicação de rede.

Com um celular (smartphone android ou iOS), PC com Windows ou Linux e até através de um iMac pode-se em uma página WEB monitorar todas as funções da máquina e até reprograma-lá.

Claro que os dados recebidos tem que ser tratados antes que o usuário saiba o que esta acontecendo, pois, estes dados em geral são sequências de strings (caracteres), valores e códigos que devem antes serem convertidos em alguns outros tipos de informação e valores para que qualquer um ao acessar a tela de "telemetria" (supervisório) por assim dizer seja legível e faça algum sentido.


Mas isso é a função do programador que vai criar uma interface gráfica mais amigável com "reloginhos", gráficos e caixas de mensagens e textos para que você usuário fique tranquilo e satisfeito com a leitura dos parâmetros de sua máquina.

O assunto é bem extenso e entusiasmante, fico empolgado com estas tecnologias e com as possibilidades destes recursos que hoje estão bem acessíveis e qualquer máquina, isso mesmo, sua Ibirama, GGS, Betaflex, Modular nacional ou importada pode ter e acessar sem alterar em nada a estrutura ou funcionamento do equipamento.

Se você se entusiasma como eu quando se trata deste assunto e deseja saber um pouco mais sobre estes recursos entre em contato.

Como obter respostas para um mundo cada vez mais automático?


 Eu fui um dos primeiros se não o primeiro consultor para dar treinamento, suporte e "auxílio" aos profissionais de flexografia no Brasil e comecei isso a pelo menos 28 anos atrás, quando a palavra consultor "arrepiava o couro" de muitos empresários.

Naquela época, eu compilava um CD com meus textos técnicos, imprimia as apostilas em uma impressora laser, encadernava elas com capa plástica e espiral, juntava em minha mala uns brindes do tipo réguas, paquímetro, trenas, estiletes e escalas de cor e caia no mundo visitando as empresas e passando conhecimento técnico teórico e prático a muitos operadores e ajudantes de diversas empresas do ramo flexográfico em quase todos os Estados do Brasil.

Tempos em que data show, era alugado a preço de carro com ar condicionado na Hertz e salas de treinamento nas empresas eram utopia. Quando as máquinas mais sofisticadas fabricadas no Brasil eram ainda as Tambores Central da GGS (inovação na época com carrinhos de alumínio, plataforma em chapa de aço dobradas e inversor de frequência ABB), e as modulares ainda estavam gatinhando nas pranchetas de muitas empresas fabricantes de máquinas.


Por falar em fabricantes, existiam oficialmente 3: Maqflex, GGS e Ibirama a Etirama ainda fazia parte da própria ibirama e não tinha "nascido" em Sorocaba.

As facas rotativas eram feitas meio que artesanalmente em garagens com pantôgrafos e entregues embrulhadas em muito jornal. Aquelas caixas de madeira que acondicionavam as facas demoram ainda muitos anos para serem adotadas.

Clicherias, apenas 3 e a mais conhecida sem dúvida era a Rufer, um pioneiro na Rua dos Italianos em São Paulo. Internet, arquivos digitais, photoshop, corel Draw nem existiam e computador (PC) e até mesmo o Windows eram desconhecidos e intangíveis por grande parte das pequenas empresas do setor. Vivíamos nos tempos da "pedra lascada".


Tudo era feito na "unha" por mãos habilidosas e talentosas de retocadores de fotolitos, contateiros, gravadores de clichês, desenhistas e artistas gráficos além é claro do famoso arte finalista, o cara com a caneta de nanquim. 

Mesa de luz, tecnigrafo, esquadros, curvas francesas, réguas, escalímetros, calculadoras e muito lápis de cor, guache, nanquin e até aerografo eram ferramentas do artista.


As distorções eram aplicadas através de cálculos complexos e movimentos de exposição do fotolito da lente em relação a base e a fonte de luz para promover uma redução somente de uma lado e assim permitir que a chapa fotopolímera, na época somente o Cyrel da DuPont (que virou substantivo do produto até hoje), tivesse o perfeito envolvimento junto ao cilindro e permitisse o encaixe das cores, facas e textos em uma determinada geometria de corte.

Neste período estas técnicas além de outras eu já compilava e enviava organizadamente no CD, depois DVD que era usado como material de apoio e fornecido para os participante dos treinamentos que eu promovia junto às empresas. Tudo isso ainda ganhava o reforço da Revista Flexonews, sim a primeira revista técnica do setor flexográfico do Brasil que foi impressa e distribuída antes até da Revista da ABFlexo FTA.

Hoje no entanto as técnicas, máquinas, produtos sofreram mudanças para melhor e se tornaram mais fáceis de serem usadas e aprendidas, o computador em si faz tudo isso que falei no caso da arte e cálculos em "um piscar de olhos" e sem que o operador se dê conta.

As máquinas, cada vez mais sofisticadas e com recursos extras, permitem ajustes, encaixes e manter estes encaixes de forma mais constante. Aparelhos de vídeo inspeção, sistemas de reconhecimento de cores e ajustes com motores de passo e servo motores permitem registro em tempo de produção sem que o operador tome conhecimento do que esta acontecendo, deixando-o livre para fazer outras coisas, ou seja nada (parece piada, mas é verdade, o operador hoje quase não precisa fazer mais nada pois a máquina encaixar, reconhece os erros de registro e cores e corrigi tudo isso ainda com a máquina rodando sem perder um só metro quadrado de material).


Os "artistas", eruditos, hábeis e talentosos profissionais deram lugar a meros "apertadores de botões", que sem desmerecê-los pouco sabem o que estão fazendo. Foi de certa forma castrada a fonte de conhecimento e reconhecimento do que e como se esta fazendo destes hoje profissionais do setores gráficos (e outros da indústria também). O operador hoje é um simples "robô" que segue uma rotina de sequencia de aperto de botões na espera de um resultado, mas ele mesmo não sabe analisar e saber o que e por que o resultado acontece, simples assim.

O pensar, o avaliar o agir o questionar foi suprimido do funcionário, operador ou colaborador das empresas. O que se pede é: Ensino Médio Completo e um bom resultado nos testes psicotécnicos e psicológicos em dinâmicas de grupo de operadores que são contratados por meio de plataformas digitais e selecionados por quem não entende nada do que fazemos em nossa indústria.

Bem, não sei a lógica disso, mas você daria a responsabilidade de operar um equipamento de 1 milhão de dólares para uma pessoa selecionada por alguém que não conhece seu negócio e que escolheu este operador através de um perfil psicológico só porque ele  desenhou uma árvore que não fosse um coqueiro ou bananeira e uma família de mãos dadas em uma folha de "sulfite"?

Acho difícil ter sucesso ou obter o retorno desejado quando colocamos um mecânico para ser pedreiro e um pedreiro para ser cardiologista. Não desmerecendo cada profissão, muito pelo contrário, mas são analogias necessárias para entender que cada um deve ser e estar preparado apropriadamente para a profissão e desafios que este encontrará. A própria seleção destas pessoas esta sendo feita, ao meu ver de forma errada, quando se terceiriza através do site o envio de curriculum, entrevista e seleção para uma empresa que não conhece o seu "dia a dia" ou seu negócio é difícil ter bons resultados.

Na realidade estes Head Hunters, ao menos no Brasil e para o setor de mão de obra de chão de fábrica não estão nem ai com o que você faz e como faz. Sendo assim se este cara não se preocupa em entender o que você faz, como faz e porque faz, como ele selecionará um bom profissional para você?

Mas como corrigir essa falta de suporte nos dias de hoje? 

Se o "estrago" já esta feito a melhor forma de corrigir esta deficiência técnica de falta de informação e reconhecimento do processo como um todo (na parte produtiva agora enfatizando) é através do treinamento, palestras e material técnico (leitura técnica) desenvolvida de forma clara, objetiva e para o setor e pessoa na condição de operador ou técnico.

Hoje com a pandemia ficou mais difícil reunir 5, 10 pessoas em uma sala e passar 3 a 4 horas explicando as técnicas e teorias do processo. Hotéis, voos e a própria logística de pessoas ficou além de mais restrito menos possível por diversos aspectos de segurança coletiva em relação há evitar a disseminação do vírus.

Mas a tecnologia consegui contornar esta "barreira", podemos nos reunir para este treinamento e explicar as técnicas e teorias (fica só faltando a pratica, mas esta é contornada pelo executar os trabalhos dia a dia), do processo flexográfico e suas variáveis.

Skype, vídeos, conferência e workshops via web permitem que não só eu, mas diversos profissionais se reúnam para passar informações e tirar dúvidas de "alunos" ao redor do mundo, inclusive há plataformas que permitem até legendas em tempo real e converter toda a conversa em texto ao final da apresentação, gravar e assim permitir que o participante, veja e reveja quantas vezes for necessário ou quiser.

Eu hoje tenho um plano de treinamento e palestras técnicas e workshop para tirar dúvidas de operadores, empresários e investidores do setor flexo via web, como todos tive que me adaptar para poder oferecer um bom serviço e levar o treinamento e conhecimento a todos os lugares e pessoas, pois além de gostar muito de ensinar a informação é fundamental para o sucesso de qualquer negócio ou serviço.

Caso queira saber mais sobre treinamento, consultoria e workshop para você e seus funcionários entre em contato.




domingo, 15 de agosto de 2021

Retomada do normal? Não é bem assim!


 Ao que tudo indica os governadores e prefeitos estão "forçando" uma volta as atividades normais quando afirmam que a vacinação avança e grande parte dos brasileiros já estão vacinados.

Mas a bem da verdade é que de certa forma (não sou negacionista nem tão pouco descrente na eficiência das vacinas), não sabemos se a vacina em si, garante a cobertura e evitar a proliferação e a contaminação pelas novas variantes e nem tão pouco os efeitos delas ao longo dos próximos meses ou anos.

Grande parte das empresas, apesar da atitude dos Governantes em incentivar a volta às aulas e as atividades comerciais e industriais, reavaliou os sucessos, fracassos, economia gerada, resultados obtidos e estão quase que unânimes que a volta agora é um risco grande.

Muitas empresas já manifestaram a intenção de manterem os rodízios de funcionários semipresenciais e outros já dizem que manterão os home offices de forma permanente em especial nos cargos de vendas, telemarketing, suporte ao cliente, comissionados e cargos administrativos e de escritório.

Outros afirmaram que vão manter somente os cargos de produção e operação/fabricação na forma presencial e toda a parte "burocrática" e de escritório será quase que 100% "on-line" ou semipresencial, em outras palavras, em um ou outro dia na semana o pessoal do escritório aparece para tirar alguma dúvida, receber alguma encomenda e ver como as coisas vão.

Em minha avaliação isso é bem simples de acontecer, vejam por que isso não é difícil e se tornará o modelo futuro já presente.

  • o acesso a internet de alta velocidade e capacidade de transferência de dados esta presente em quase 100% das empresas brasileira;
  • Grande parte das empresas já possuem sistemas de vigilância e circuitos fechados e de cameras;
  • quase todos os negócios já são fechados por emails, plataformas de compra ou plataformas entre cliente e empresa onde estas fazem seus pedidos e contratações de serviços;
  • hoje, através de retrofitting de máquinas e nas máquinas mais modernas isso já é de "linha" é possível em tempo real saber a quilômetros de distância se uma máquina esta operando, parada, produzindo, a que velocidade, qual o produto e o tempo que levará para finalizar tudo isso com a tecnologia IoT (Internet das Coisas);

  • o sistema de logística há muitos anos vem evoluindo e depois da experiência da pandemia estão mais profissionais, eficientes e automatizados, basta você selecionar o "courier", dizer o que quer despachar, deixar embalado que no dia a hora marcadas o pessoal passar coleta e faz toda a logística de envios sem você se preocupar e tudo isso contratado com apenas alguns cliques sem sair de casa;

  • as tecnologias de "teleconferência" evoluiram muito, Skype, whatsapp, plataformas da Google e qualquer estudante do primeiro ano de informática constrói um aplicativo via web com APIs gratuitas que permite a você e seus colaboradores estarem em tempo real discutindo o que e como fazer seja qual for o fuso horário ou o local que você esteja em relação ao setor de produção de sua empresa;
  • tecnologias de plataformas de ensino e vídeos tutoriais estão aos montes e grande parte de forma gratuitas na web, basta saber como pesquisar e o que pesquisar e você estará de frente com os maiores especialista do mundo te dando de "mão beijada" todo os recursos de informação para obter sucesso no que esta fazendo. Quer um exemplo, pesquise no Google sobre: como fazer panquecas?
    Verá a quantidade de informação que terá, dicas, receitas e até Mestres panquequeiros dando seu toque especial e lhe ensinado seus segredos... basta saber o que e como procurar e poderá ver até Madre Teresa dando entrevista.
  • Hoje com a facilidade de se controlar a entrada e saída de pessoas, saber via GPS através de seus logins e deslocamento de pessoas pelos seus celulares cada vez mais tecnológicos e rastreáveis e com a experiência da pandemia, não é necessário mais "controlar" os funcionários, aprendemos a trabalhar sob demanda, o que possibilita a ele a flexibilização de entrar a hora que desejar, evitando horários de pico e trabalhar por pacotes de serviços e não mais por hora. Vou explicar, em vez de ter o funcionário 8, 10 horas fechado em nossa empresa, teremos ele somente quando tem serviço no horário que é preciso, trabalha sob demanda, ele vem, produz e vai embora e só volta quando tem um novo trabalho, evitando gastos desnecessários de energia, tempo, etc.... respeitando-se os devidos tempos de intervalo isso funcionaria muito bem e todos os operadores de certa forma aprovariam, ou seja, funcionário na empresa quando se precisa dele, não precisa ele fica em casa, com isso os trabalhos são feitos de forma mais rápida, econômica e eficiente.

Eu poderia ficar  horas aqui apontando as vantagens e maneiras de mostrar que as ideias acima não só funcionam mas já estão sendo colocadas em prática por muitas empresas e modelos de negócios.

Mas você ainda pode estar cético em relação a esta ideias nem tão inovadoras assim, se tiver dúvidas pode entrar em contato que em alguns minutos vou lhe mostrar como colocar sua máquina "ligada" na internet e lhe mostrando em tempo real o que esta produzindo e como esta produzindo (velocidade, tempos mortos, quantidade produzida, recursos utilizados, etc..), verá que tornar sua máquina seja ela de 20 anos atrás sem recursos "eletrônicos sofisticados" ou uma novinha em folha e que ambas pode ser convertida para IoT e você terá total controle sobre ela (ao menos de dados recebidos em tempo real de como ela esta funcionando e se comportando na mão do seu operador).


Como saber se uma papel é térmico?

Alguns de meus leitores são apenas usuários de etiquetas e rótulos. Outros são fabricantes de máquinas e equipamentos, vendedores de insumos...