terça-feira, 30 de março de 2021

Imagens e fotos nas minhas etiquetas e embalagens

 


Quando estamos desenvolvendo embalagens e rótulos, a equipe de designer utilizando os softwares Photoshop, Illustrator e o Corel criam os layouts e embalagens com texto, códigos de barras ilustrações e imagens.

No setor de embalagens em geral, as empresas contratam empresas de marketing, grandes estúdios e profissionais de fotografias e modelos, ou investem na fabricação de "mockup", protótipos ou maquetes para serem utilizados nas suas criações ou contratam modelos famosas ou totalmente anônimas à fama para participarem de suas campanhas.

Tudo isso consome recursos de tempo e dinheiro enormes além é claro de muitos, mas muitos documentos relacionados a uso de imagens e propriedade intelectual e industrial.

Já no caso das empresas de rótulos e etiquetas, com raras exceções, temos investimentos mais modestos e quiçá temos este poder de gastar dinheiro para comprar imagens.

Muitos profissionais de designer, com pouco conhecimento da gravidade ou do uso de imagens, recorrem ao google e pesquisam uma foto,imagens e ilustração e com um simples "Ctrl + C" e depois no photoshop um "Ctrl+V" copiam e colam as imagens sem se preocuparem com direitos autorais ou de uso de imagem.

Não é por que a foto, ilustração ou imagem esta na internet que você pode indiscriminadamente e sem dar o devido crédito ou pagar pela sua utilização sair ai copiando, colando e usando em suas etiquetas, rótulos, embalagens, sites ou campanhas publicitárias.

Há imagens sim sem royalties de uso livre mas nem por isso não tem preço ou custo de aquisição. E a outras que, mesmo sendo livre existe restrição ao tipo de uso e período que você pode usar, ou seja, quanto tempo você pode desfrutar do uso da imagem sem ter que renovar o contrato.


No entanto, sabendo onde e como pesquisar, existem sim imagens totalmente gratuitas na internet, com direito de uso livre, sem royalties e que podem ser baixadas, modificadas e usadas sem problemas "jurídicos" futuros.

Há você acha que não dá em nada usar imagens no seu site ou produto "catada" na internet do google? 

Bem meu amigo, sinto lhe informar que dá uma baita dor de cabeça!

Além de indenizações que podem passar das centenas de milhares de reais e não é só para você que usou a imagem (no caso a empresa claro), mas a coisa se estende também a quem é seu cliente e pessoas incluídas no processo, ou seja, todo mundo vai pagar e caro, tenha certeza disso.

Vou contar um fato que ocorreu em uma Fiepag:  

"Há alguns anos, uma amigo fabricante de máquina flexográficas resolveu participar da feira e fazer a melhor etiqueta que ele podia para mostrar a capacidade produtiva e técnica de sua máquina. Solicitou uma cortesia a uma clicheria das chapas para impressão, que prontamente selecionou uma imagem, fez o clichê e colocou todos os logotipos (inclusive o dela) nos fotopolímeros e estas foram dadas a meu amigo com as melhores recomendações.

Ao serem utilizadas para imprimir, o resultado foi estupendo, perfeito, a imagem ficou linda, os logos em destaque, os textos as cores... Nossa incrível, sucesso na hora, pessoas rodeavam o impressor que orgulhoso falava das vantagens de usar a tinta, o papel e principalmente a máquina com os clichês da clicheria XPTO.

Mas, por uma armadilha do destino ou sorte do autor das fotos, este estava tranquilamente passeando pela feira, vendo as novidades, fazendo seus contatos, mostrando seus trabalhos e tentando arraigar mais clientes e se deparou com a uma pequena multidão elogiando a impressão e a qualidade da imagem, impressa pela máquina flexo da empresa YZL.

Inconformado, mas consciente do que deveria fazer, com grande genialidade ele fotografou tudo no stand do meu amigo, inclusive fez selfies com os donos, pegou algumas amostras do que foi impresso, mostrou-se interessado na compra da máquina, pegou orçamentos de todos os que alí estavam indevidamente compondo uma trabalho com sua foto não autorizada.

Saindo de lá, procurou um advogado e, alguns meses depois todos, isso mesmo, todos os que tinham seus nomes e logos vinculados com a imagem não autorizada impressa nesta "simples lembrança" de uma feira tiveram que pagar indenizações ao fotógrafo. Na época (coisa de uns 12 anos atrás) ele recebeu das empresas algo perto de R$20,000,00 (vinte mil reais) de cada uma. Agora multiplique isso por 6 empresas patrocinadoras, vejam o quanto ganhou.

Talvez a foto dele custa-se algo perto de uns R$50,00 para usar nesta campanha, não mais que isso pela sua imagem e direito de uso, ou quem sabe, conversando com ele poderia ser até de graça contando que o logo e telefone dele fossem também divulgados, mas o despreparo de todos sobre as questões de direitos autorais e uso indevido da imagem e a falsa economia levaram a este erro imperdoável. 

A clicheria, talvez a mais culpada pois a ela estava o direito da guarda da imagem do fotógrafo e, achando que não ia dar em nada, fez o uso indevido da imagem e todos pagaram por isso."

Bem fica ai a dica. Quer usar uma imagem, valorizem o profissional ou pessoas envolvidas na criação, divulgação e direitos autorais da imagem. As vezes fica mil vez mais barato que arcar com uma indenização que pode quebrar sua empresa.

MAS O CLIENTE NÃO QUER PAGAR PELA CRIAÇÃO!

Desculpe, você deve argumentar e mostrar para ele que tudo é investimento, se ele acha que o tempo da equipe de criação, seu investimento em softwares, pessoal, pesquisa, desenvolvimento de um layout para ele não tem valor, então ele não pode ser um bom cliente. 

Em pleno século XXI empresas acharem que é "obrigação" da indústria de etiquetas desenvolver de graça arte, não querem pagar pelos direitos autorais de imagem é no mínimo uma afronta ao profissional de arte, fotógrafos e designer e aos diversos modelos e pessoas envolvidas para produzir o que pode ser o sucesso das vendas, uma embalagem ou rótulo de qualidade com imagens e ilustrações incríveis.

Todo o conteúdo do site, todas as fotos, imagens, logotipos, marcas, dizeres, som, vídeo, software, conjunto imagem, layout, trade dress, aqui veiculados são utilizados como forma de informação compondo o conteúdo didático e ilustrativo sem o objetivo de, com estas matérias e imagens gerarem algum tipo de lucro ou venda relacionadas a elas o diretamente geram algum tipo de renda ou valor pela sua exibição, que como mencionado é totalmente didático neste blog.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Mais de um ano em pandemia, o que fazer?

 


"É só uma gripezinha!" Afirmavam alguns, outros, "É tudo intriga e invenção da mídia!", diziam outros. Uns até chegaram a mapear as mortes via registros de cartórios no ano anterior para mostrar que era "normal" morrer a quantidade de gente que morria no início da pandemia em Março e meses seguintes (referindo-me ao ano passado).

Mas a verdade é que o oxigênio, fundamental para vida no planeta já não muito abundante no ar que respiramos (ainda mais com a poluição), nos hospitais se tornou tão ou mais importante que o leito em que muitos estão na esperança de, ao menos, terem uma chance de sobreviver.

A falta de planejamento, a burocracia, o superfaturamento e o descaso nos transformaram em um grande "abatedouro" de vidas humanas, essa é a verdade.

Empresas e comércio reclamam, com razão, mas pouco fazem também para apresentar soluções, somente cobram, cobram e cobram. 

Perceberam que todos conhecem seus direitos? Pergunte a qualquer um sobre algum assunto e os direitos dele ele sabe "de cor e salteado" Tem gente que até a Constituição (que foi reescrita em 88) chegou a ler em tempos de pandemia só em busca dos "meus (ou seus) direitos".

Bem, mas e os deveres? Alguém sabe? Lembra ou respeita?

Sei que esta difícil para quem tem empresa,para quem depende da empresa e para quem é empregado ou prestador de serviços mas, ninguém apresentou uma solução. Sentaram no "meio fio" da responsabilidade e transferiram ela para outros.

Não vi nenhum empresário sugerir um escalonamento de horários, pessoal e dias de trabalho. Não vi nenhum empregado solicitar a alteração de seu horário de trabalho para um que fosse mais cômodo, seguro ou que lhe permitisse manter seu emprego e produção.

O mesmo acontece com lojistas, criticaram de governador a prefeito, de presidente a médicos mas, não apresentaram um plano de funcionamento ou estratégia para driblar o problema. 

Governantes também ficaram, com apoio da burocracia, num jogo de empurra-empurra. Um Governador sugere o fechamento os prefeitos são contra, agora que tudo esta colapsado prefeitos exigem do governador mão forte para fechar comércio, indústria e até transportes e o governador diz que a responsabilidade é do prefeito. Mas a solução não é deste ou daquele governo e sim do coletivo.

Eu em minha humildade de gestão pública e de administração de crises faço uma sugestão bem simples e barata, vejam: ruas de comércio, exemplo a Sta. Efigênia em São Paulo, dias pares abre o lado par da rua e dias ímpares o lado ímpar. As lojas do quarteirão do início da rua funcionam das 7 as 12 no primeiro dia e as do segundo quarteirão (ou quarteirões intercalados) das 13 as 18. e no próximo dia de funcionamento inverte. Isso faria os ônibus, circulação de pessoas e demais envolvidos a reduzirem mais de 60% é uma matemática simples e prática. Todo mundo ganha e continua aberto e funcionando.

Nas indústrias, há muitas que funcionam com apenas 8 funcionários ou até menos, e claro há outras com centenas de funcionários diretos e indiretos. Mas peguemos o exemplo de empresas de etiquetas que tem 5 pessoas isso já contando o entregador e a moça do faturamento. Neste caso o pessoal de vendas, faturamento, escritório poderia com raras exceções trabalhar de casa no Work in Home. O impressor, entregador e outros da produção poderiam ir, mas com a facilidade de poder escolher o horário. 

O entregador seria o menos flexível mas poderia trabalhar em dias alternados.

Não há nada que impede ao impressor ir trabalhar as 9 e sair as 19, que mal há nisso? Ele cumpriria seu horário e também sua produção e estaria indo em um horário mais "tranquilo" no ônibus ou condução.

E se ele quiser trabalhar a noite? que mal há nisso? Isso se chama flexibilização, otimização e readequação.

É isso que deveria ter sido feito desde o início PLANEJAMENTO. E não tentar achar os culpados ou ainda fazer batuque com panela contra o governo X ou Y. É desta forma que se resolvem as coisas com inteligência, com planejamento e com ações simples mas funcionais.

Mas, como sempre digo, é mais fácil procurar um culpado que apresentar a solução. É mais fácil falar de emprego que procurar um trabalho. É melhor reclamar dos outros e suas atitudes que ter atitude e não ter medo de ser criticado.

Enquanto nós (nada de governantes, prefeitos, deputados, etc.. etc..) ficarmos esperando que tudo seja resolvido pelos outros, estaremos sempre as margens da evolução e da solução.

terça-feira, 16 de março de 2021

Como calcular a metragem do substrato poliolefínico (plástico)


 Quando imprimimos papel adesivo, a famosa etiqueta, no setor de banda estreita toda a negociação, trabalhos e cálculos são feitos em metros quadrados (m²) ou metros lineares (m/l). Mas quando estamos na indústria de embalagens os cálculos são feitos por quilo (kg), centenas de quilos e até toneladas (T).

Mas, perceberam que as máquinas flexográficas em geral possuem um contador de metros? E é assim que calculamos não só a velocidade média como também a produção ou quanto devemos fazer de um determinado produto ou modelo finalizando ele ao atingir a quantidade pedida antes de tirar ou montar o novo trabalho em máquina.

Mas como converter 50kg de material BOPP na produção de uma embalagem quando minha máquina só mostra a produção em metros lineares? E Pior, como e quando parar a produção se colocar-mos uma bobina na entrada da máquina que pese (tenha um peso) superior ou inferior a 50kg, quantos quilos produzir a mais, quando parar para não consumir material de mais ou produzir material de menos?

A resposta esta na matemática.

Vamos agora ensinar como saber quantos metros lineares devemos produzir para se obter os tais 50kg, retirados de uma bobina, por exemplo de 200kg.

O que precisamos:

  • uma régua de aço com 1 metro ou que seja maior que a largura do material a ser medido (material que entra na máquina.

  • um espessímetro ou micrômetro
  • tabela de densidade de material (pode facilmente pesquisar na internet e obter esta tabela)

Vamos lá, hipoteticamente digamos, para efeitos de cálculo que meu material tenha a largura de 500mm (meio metro) e espessura de 0,05mm (cinco centésimos de milímetro) e o material seja um polietileno de alta densidade (PEHD) com densidade0,95g/cm³

A primeira coisa a achar é quanto vale o volume deste material em 1 metro linear, para isso faremos a seguinte conta:

volume cm³ = (comprimento / 10) * (largura / 10) * (espessura / 10)

Substituindo na fórmula teremos:

Volume = (1000/10)*(500/10)*(0,05/10)

Volume = 0,75cm³

Agora vamos calcular o peso específico deste material

peso específico em kg = Volume * densidade

Substituindo na fórmula teremos:

peso específico = 0,75 * 0,95

peso específico = 0,7125g

Bem, então descobrimos que em um metro linear de meu PEHD com 500mm de largura e espessura de 0,05mm temos exatos 0,7125 gramas, mas e agora o que eu faço? 

Bem nossa máquina produz e registra a produção em metros certo? agora precisamos saber quanto representa os 50kg de material em metros e fazemos desta forma:

metros lineares = total peso produção / peso específico

Substituindo na fórmula teremos:

metros lineares = 50000g / 0,7125g

metros lineares = 70176m/l

Como isso é possível?

Simples cada metro de material tem 0,72 gramas aproximadamente, então 10 metros lineares teriam 7,2g; e 100 metros lineares teriam 72g e então 1000 metros lineares 720g e assim por diante.


Fácil? Claro que nem todo o material tem a mesma espessura e a mesma densidade, por isso a tabela que você deve ter para comparar ou conferir a densidade para o produto que quer fabricar e o micrômetro ou espessímetro para aferir a espessura. Acho que a régua dispensa explicação não é?

Espero ter ajudado, em caso de dúvidas entrem em contato.

Desenvolvo aplicativos para cálculos de materiais e insumos compatível com Windows, Linux, Mac OSX e Android ok.

mais informações flexonews.br@gmail.com

Tabela de Densidades
http://flexografiatotal.blogspot.com/
MATERIAL DENSIDADE g⁄cm3
Polietileno Baixa densidade 0,89 / 0,93
Polietileno alta densidade 0,94 / 0,98
Polipropileno (BOPP) 0,85 / 0,92
PET 1,15 / 1,25
PVC Flexível 1,19 / 1,35
Policarbonato 1,19 / 1,35
PTFE 1,21 / 2,17
Nylon 6 1,12 / 1,16
Nylon 66 1,12 / 1,16

Como saber se uma papel é térmico?

Alguns de meus leitores são apenas usuários de etiquetas e rótulos. Outros são fabricantes de máquinas e equipamentos, vendedores de insumos...