sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Similaridades entre letterpress e flexografia

Em uma comparação tosca podemos dizer que a flexografia evolui da letterpress.
A letterpress no Brasil era conhecida como tipografia. No entanto a flexografia usa formas (clichês) de impressão flexíveis, originários das borrachas (carimbos como eram chamados) e a tipografia antiga usava os tipos móveis, feitos de liga de chumbo e antimônio e os clichês de zinco.
Hoje, no entanto, tanto a flexografia quanto a letterpress se beneficiam dos clichês de polímero de alta resistência e excelente capacidade de reprodução.
Mas vamos as comparações mais simples levando-se em conta as impressoras letterpress e flexo para banda estreita:


  1. Letterpress:
    - usa clichês de polímero
    - clichês são relevográficos
    - a tinta é pastosa
    - a cura (secagem) da tinta é feita por radiação UV (Ulta Violeta)
    - a impressão é indireta (clichê ilegível)
    - substratos entram em bobinas
    - velocidade média é de 45m/min a 80m/min (metros por minuto)
  2. Flexografia:
    - usa clichês de polímero
    - clichês são relevográficos (mais espessos no entanto que os de letterpress e com dureza menor)
    - a tinta é líquida
    - a cura da tinta pode ser por ar quente ou UV, depende da configuração da máquina e tinta utilizada
    - a impressão é indireta
    - o substrato entra em bobina
    - velocidade média é de 30m/min até 100m/min
Vejam que há muitos pontos em comum entre letterpress e flexo, mas cada qual com suas vantagens e desvantagens. Por exemplo os clichês de letterpress são mais rígidos e finos, permitindo lineaturas maiores (mais detalhes e definições) e qualidade na impressão, por outro lado os clichês são mais caros que os da flexo.

As máquinas letterpress por serem toda UV possuem vantagens em relação a ancoragem e resistência se comparado com tintas a base de água ou solvente da flexo (UV flexo não há diferenças aparente). Mas as tintas pastosas da letterpress são mais caras.
O sistema de entintagem da Letterpress é baseado em distribuição por rolos e quebra da película por distribuição, por isso quanto mais rolos o sistema de entintagem tiver melhor e mais uniforme será a película de tinta. A regulagem da carga é feita através da abertura da régua do tinteiro por parafusos (um processo que requer habilidade). Já na flexo a dosagem da tinta é feita através de escolha de anilox e sua lineatura, não há como aumentar ou diminuir a carga de tinta através de ajustes no grupo impressor (sem a troca do anilox).
E são inúmeras outras vantagens e desvantagens entre os processos.
Eu acredito que a letterpress possui um mercado de impressos de qualidade e tiragens medianas a altas muito promissor, em especial a linha de cosméticos e bebidas. A flexo no entanto pode atender pela sua versatilidade e flexibilidade mercados muito maiores além é claro de também atender com qualidade os mercados que atuam a letterpress.
Um outro fator curioso é o custo do equipamento, há flexográficas que permitem boas impressões e qualidade (isso depende do mercado ok), fabricadas no Brasil com valores entre 100 a 200 mil reais. Já equipamentos modulares com recursos de UV led, tratamento corona, silk screen rotativo e outros tantos acessórios ultrapassam a casa de 1 milhão de reais.
Os equipamentos letterpress atualmente somente podem ser adquiridos via importação, não temos fabricantes nacionais deste tipo de equipamento para banda estreita, por dois motivos: falta de know how e o mercado brasileiro esta moldado na flexografia.

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