quarta-feira, 11 de março de 2015

O que é importante na flexografia?


Uma pergunta que muitos convertedores me fazem em minhas consultorias tem a ver com o que é importante na flexografia?
Esta pergunta é bem mais ampla do que parece.
Importante onde afinal?
Na sala de impressão, na pré-impressão, no rebobinamento, para a máquina, para o impressor, a mão de obra...
Bom, em um entendimento simples a dúvida é o que importa para o fluxo de produção flexo ocorrer perfeitamente e ao final de um dia de trabalho obter uma embalagem, rótulo ou caixa corrugada com perfeição e de qualidade.

Como disse, o assunto é extenso e amplo, mas vamos ver se podemos dar ao menos a indicação do caminho a seguir para este convertedor.
Independente se você trabalha com banda larga ou banda estreita é fundamental que você antes de mais nada conheça suas limitações e fortalezas.
O que isso quer dizer?
O que e como podemos fazer com o equipamento, equipe e ferramentas que temos. Este é o primeiro passo.
Se você não sabe o que pode produzir, com quem contar e o que tem de recursos, esqueça! Não existe fórmula mágica para solucionar a falta de recursos e principalmente conhecimento.
O primeiro passo então é conhecimento.
Conheça bem sua empresa, suas limitações, seus recursos, suas fortalezas, sua equipe e a disponibilidade dela.
O segundo item a contar é com o equipamento.
Equipamento em condições de uso, limpos e operacionais são o mínimo que devemos ter em mãos. Claro que uma máquina controlada por CNC com servomotores, gearless (sem engreangens), e controle de registro eletrônico é muito mais capaz do que um equipamento desprovido de recursos e na base do entintamento por rolo pescador e anilox gravado mecânico. Então, investir em equipamento e nos seus updates e upgrades é fundamental para o sucesso de sua impressão em registro e de qualidade.
Terceiro ponto a considerar, Ferramentas e insumos.

Como diria minha mãe "Aqui é que a porca torce o rabo"! Um ditado popular para dizer que problemas e dificuldades estão por vir ou são presentes. Por que disso? Ferramentas são dispositivos, cilindros, eixos, acessórios que muitas vezes tem um valor alto de aquisição e não podem ou são difíceis de serem cobrados ou formar a composição de preços de venda de uma etiqueta ou embalagem, mas sem os quais não são possíveis a fabricação destes produtos.
Que dilema então!
Como investir em um turn bar (barra de inversão) por exemplo e não poder cobra os oito ou dez mil reais que nos custou esta peça? Bem amigo, isso é ferramenta. Seu uso se justifica e se paga com o tempo e entra no custo de amortização de sua máquina ao fim de um dado período. Deve estar no seu RKW e previsto no decorrer dos investimentos de manutenção e updates e upgrades de seu equipamento.
Anilox, ao contrário do que muitos empresários pensam é uma ferramenta. Devemos ter algumas medidas de lineatura e BCM para permitir a reprodução de diversos tipos de impressão quer sejam cromias, traços, chapados ou pantones sólidas. Vai uma dica convertedor, anilox se desgasta e precisa ser revestido e regravado de tempos em tempos.
Quanto aos insumos diria que uma boa fita dupla face é no mínimo importante assim como um substrato de boa qualidade na sua estrutura, composição e dimensional.
Alguns convertedores me perguntam o que eu acho de um determinado fabricante de substrato ou de matéria prima, é difícil responder por dois principais motivos:
  1. tipo de aplicação - a aplicação de um produto pode ser o fator de eleição ou recusa a um tipo de produto e fornecedor
  2. preço - um fator que infelizmente ainda é nivelador de qualidade e produção é o preço. As vezes um produto é muito bom, mas o preço esta longe da realidade tanto do cliente quanto do convertedor.
Quanto as tintas não precisamos dizer muito. Tintas boas são fundamental mais lembre-se de que tinta sozinha não faz boa impressão. É necessário adquirir também os aditivos, solventes, diluentes, retardadores e aceleradores para se obter o resultado esperado. Outro fato importante, não existe tinta para tudo. Cada substrato e aplicação final do produto acabado pode limitar o uso de um tipo de tinta, solvente ou pigmento.
Quarto e não menos importante o OPERADOR!
Bem, assunto delicado mão de obra. Muitos convertedores enchem a boca para falar mal dos operadores e me pedem assim: "Você não conhece ninguém para tocar minha máquina?". Como se o equipamento fosse uma vaca e precisa-se de alguém para tanger para o curral.
Operador é um homem chave. Não adianta você investir US$500 mil em uma flexo e depois pegar o faxineiro (sem nenhuma ofensa ou discriminação ao colaborador da limpeza, ok) que dedicou 10 anos limpando suas persianas para "Tocar" a máquina. Não dá muito certo não, já vi esta situação.
Um bom operador é motivado, cumpre seus horários e questiona, discute, conversa e debate sobre o trabalho antes deste entrar em produção. Para isso ele deve também ser melhor remunerado para que todos este potencial não seja perdido ou "apagado" de seu dia-a-dia.
Treinar novos operadores internamente, aproveitando e dando oportunidades ao colaborador da limpeza a outros operadores e ajudantes da sala de impressão é importante. Formar a mão de obra é no mínimo sábio, mas lembre-se formar depois que as coisas estão andando, quando se tem o professor em casa e não transformar um recém apresentado ao processo flexográfico em doutor de nossa produção. Pense nisso.
Contratar um consultor ou freelance por um período de tempo para treinar, orientar, ensinar é boa prática também. E de tempos em tempos trazer um novo palestrante e/ou consultor para sua empresa ajuda a criar mentes mais criativas e estimula a produtividade obtendo resultados antes não imaginados.



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