Devo cobrar pelo dupla face usado na impressão?

A fita dupla face é um insumo dos mais importantes na impressão. Sem a tecnologia que hoje temos nos dupla face seria impossível obter qualidade na impressão e retículas de 60 linhas ou até mais finas.

Essa tecnologia tem um preço, as fitas dupla face de qualidade e extremamente técnicas usadas para impressão são produtos caros e consumíveis que, a cada nova impressão, este insumo é substituído por outro pedaço onde sobre ele é fixado o clichê.

Devido ao seu custo, muitos impressores e empresas acabam por reutilizar o dupla face já colado no cilindro, pois o adesivo esta aparentemente "bom". Isso não é o correto porque os alvéolos do dupla face sofreram danos e não vão responder apropriadamente aos contornos do novo trabalho.

Então, diante do exposto devemos substituir o dupla face a cada novo trabalho, esse é o procedimento correto.

Dai vem a pergunta: devo cobrar pela fita dupla face?

Se é um insumo é um consumível. Sim,  devemos cobrar e incluir na composição do produto e gerar o orçamento considerando este elemento. De forma geral, como as áreas são pequenas em banda estreita, inferiores a 0,06m² (custo aproximado de R$8,00), por clichê colado, as empresas absorvem estes custos. No caso da banda larga, onde temos muitas vezes o uso de 1m² ou até mais por jogo de clichê, deixar de cobrar este insumo é impensável, um trabalho de 6 cores (que é muito comum hoje em dia) pode consumir 1/2  rolo de dupla face com custo que pode chegar facilmente a R$600,00 por OS.

Dependendo da negociação que fazemos com o cliente, custos dos rótulos ou etiquetas e os valores praticados pelos nossos concorrentes (que por vezes não conhecem estas variáveis e não sabem compor corretamente a produção), temos que flexibilizar e ignorar a cobrança de alguns insumos, absorvendo estes valores para nossa empresa, diminuindo a margem de lucro sobre a vendas. Nunca podemos deixar de mencionar na planilha de orçamentos o custo que o dupla face tem no processo, mesmo que a gente não cobre por ele, isso é regra.

Deixando a banda larga de lado, que pode facilmente consumir 8 ou mais rolos de dupla face por mês, uma empresa de banda estreita consome de 1 a 2 rolos mês e as vezes até menos, por este motivo este insumo passa até despercebido, é como comparar ele com a conta de consumo de água, existe em uma empresa mas não se cobra por ele (ao contrário da energia elétrica que é bem mais visível e significativa nos custos da produção). Essa analogia da conta de energia e de água é facilmente percebido. Se temos mais produção, trabalhamos mais e por mais horas, utilizando mais recursos de máquinas a conta de energia aumenta e sobe muito, chegando a dobrar. Já o consumo de água é tão insignificante e os valores aumentam pouco mesmo com dois turnos que nem percebemos este aumento no custo da produção. O mesma analogia pode ser aplicada no dupla face, se o consumo dobra, torna-se mais fácil ver o gasto e com certeza "acenderá" o alerta para o orçamentista começar a cobrar pelo mesmo. 

Conclusão: Devemos cobrar - na minha opinião sim, quando o consumo é significativo e impacta diretamente no custo da produção e quando representa algo igual ou superior a 3% do valor dos insumos utilizados. Se o seu caso é banda larga, é correto cobrar em todos os serviços já que o consumo e significativo em todos os trabalhos. Em banda estreita, fica a dica dos 3%, e do poder de negociação e preço médio do mercado, sendo possível incluir o valor do dupla face inclua.  

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