Contametros ou contador de impressos, o que é melhor?
Quando estou na indústria, no chão de fábrica, alguns impressores e o pessoal do PCP me perguntam: "O que é melhor: contar a produção em metros ou contar por unidade impressa - contar as etiquetas?"
Depende. Contar em metros na produção flexográfica de banda estreita é uma prática normal e corriqueira que envolve somente dois equipamentos a saber: uma unidade contadora de metros e um sensor de indução que vai atuar sobre uma engrenagem ou sobre uma guia de pulsos que será responsável por enviar sinais ao contador, e assim, através de um algoritmo interno ele faz a conversão e informa na sua tela a metragem em produção.
Uma precisão maior na contagem de metros pode ser feita utilizando, no lugar do sensor de indução, um encoder que permite centenas de vezes mais pulsos por revolução do cilindro.
Então, na produção flexo meu conselho, e por ser mais simples de implementar e também de controlar a produção, o uso de contador de metragem.
No entanto, na revisão e para tornar os produtos acabados mais precisos e com isso entregar o que realmente o cliente comprou tanto em quantidade quanto em qualidade, o uso de contador de etiquetas ou de impressos (seja eles embalagens, frascos, folhas etc) a contagem individual do produto a embalar ou que compõe cada rolinho ou bobina entregue ao cliente seria a forma mais eficiente e correta, já que um metro de material, por exemplo, pode conter menos etiquetas que a pedida ou muito mais etiquetas que a desejada.
Mandar menos etiquetas (ou embalagens) é ruim, caímos no descrédito junto ao cliente, seremos taxados como "picaretas" na opinião do cliente. Ele, poderá formular a seguinte resposta ao se deparar com uma quantidade menor em relação a ordem de compra: "Olha só, comprei 20 mil me entregaram 19,931!"
Por outro lado, se mandarmos etiquetas a mais, além de não recebermos por elas, estaremos enviando mais do que o cliente comprou e com isso teríamos produzido muito mais do que o solicitado, reduzindo o lucro, ocasionando prejuízos consideráveis ao longo de certo período.
Em meus anos de experiência na indústria, desde o tempo em que eu operava máquinas até o período onde comecei a gerenciar e dar consultoria para o setor, nunca presenciei um cliente ligando por ter recebido produtos em quantidade maior (sem ter que pagar por isso, claro), mas quase que simultaneamente à entrega eles ligarem, passarem mensagens via email ou até pedir revisão, alteração ou prorrogação de nota por conta de 100 ou até menos etiquetas recebidas.
Ele, ao final de cada bobina utilizada mandava o funcionário da produção pesar cada tubete e anotar. Próximo ao dia dele pagar a fatura, seu Advogado enviou uma solicitação de correção dos valores e da nota, pois, a quantidade recebida era inferior a quantidade solicitada, explicando a falha do peso bruto em relação ao peso líquido por conta dos tubetes terem sido pesados junto com o produto acabado ou seja, tivemos que, além da vergonha, dar um bom desconto para o próximo pedido e corrigir esta falha dentro da empresa.
No mês seguintes mandamos o material da forma correta, peso líquido (desconsiderando o tubete) e peso bruto (bobina + tubete), e fizemos uma experiência, mandamos 2 kg a mais de material. Ele nunca nos ligou para questionar o porque da quantidade a mais.
Conclusão: na impressão, por terem acrescidos as porcentagens de quebra de produção, perdas no processo e por considerar emendas de material ou quebras de esqueleto (no caso de rótulos e etiquetas) o uso de calculo de produção em metros lineares é uma boa forma de controlar a quantidade produzida.
Nas demais etapas do processo interno na empresa como: revisão, corte e solda, colagem etc, o melhor é utilizar o contador de unidades tendo em vista que o contador de metragem pode apresentar diferenças tanto para mais quanto para menos, estas diferenças tanto maior será quanto menor for a precisão de seu sistema de contagem e também da atenção do operador.
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