Qual seria o impacto de retaliação às taxas de Trump pelo Governo Brasileiro?
Não gosto de misturar política aqui no blog apesar de achar o assunto importante e merecedor de debates.
Em 09/07/2025 o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou o Brasil com taxas de importação de 50% sobre todos os produtos que são comercializados para os EUA por nós brasileiros. Isto quer dizer que nossos produtos ficarão mais caros ao menos 50% quando chegarem no país do Tio Sam.
O então Governo Brasileiro, encabeçado por Luiz Inácio Lula da Silva prometeu retaliação em uma tal lei de reciprocidade. Minha opinião é que antes de usar a reciprocidade tentar um diálogo baseado em estudos estratégicos e em bases técnicas e montar uma plano de negociação é a melhor política.
Mas o que estamos vendo é uma falta de preocupação enorme com quem realmente paga a conta, a população e o consumidor final, seja ele "brazuca ou da gringa".
Em tese podemos dizer que alguns produtos que fornecemos para os americanos ficarão mais caros, e se a ameaça de taxar também os produtos americanos aqui, também pagaremos mais por menos.
A questão é saber o que será taxado?
Essa que é nossa principal dúvida, e quando digo nossa estou me referindo a empresários, usuários de serviços e produtos e consumidores que sempre pagam o "pato".
Se estas taxas começarem com programas de computador, o Windows que já custa seus R$1599,00 e for taxado em recíprocos 50% vai passar de R$2400,00, isso se a gente colocar de forma linear sem contar com os impostos sobre a venda que serão repassados para os acréscimos da taxação.
E o caso do setor aeronáutico. Nossa frota de aviões de carreira é formada principalmente por aviões da Boing, Americana, peças para elas subirão mais ainda, impactando nas manutenções e por fim nas passagens aéreas.
Setores de peças de reposição e partes de máquinas gráficas procedentes dos Estados Unidos, teremos o custo triplicado para o convertedor brasileiro, sem contar com aumento também nas matérias primas, tintas, insumos e por ai vai.
E não é só isso, para completar, sabemos que a aduana brasileira tem lá sua lentidão tradicional, o que fará com que os produtos adquiridos dos Americanos fiquem "mais tempo que o necessário" no desembaraço na aduana, para aumentar a dor da retaliação e fazer algum tipo de pressão, além do custo maior o atraso em desembaraços nos produtos é o que vamos presenciar.
Não acho justo taxar-nos em 50% em produtos que sabemos os Americanos não o produzem ou se produzem não atendem a demanda de seu país. Menos justo ainda o empresário novamente ter que pagar a conta por essa guerra travada sob ar-condicionado protegidas por imunidades parlamentares.
O que fica muito claro na minha visão e em notícias que escuto e leio é, ao que tudo indica, uma indigestão entre decisões do STF e empresas americanas, das quais uma delas pertencem ao Presidente Americano, e também sobre o tema do que se pode falar, com quem se pode falar e quem pode falar (a tal liberdade de expressão), isto deve ter movido a lide em questão.
Um melhor entrosamento do STF e empresas americanas, os excessos cometidos por ambos os lados e os embates travados de diversos assuntos que envolvem política e não o comércio foram o estopim deste tarifaço, e os americanos deram o recado do tipo: se você não flexibiliza de um lado, dificultamos o seu do outro.
A boa diplomacia, com pessoas capazes, munidas de dados, que entendem dos setores que estão sendo afetados e com o uso de sugestões "pé no chão" são a solução para resolução de qualquer conflito de interesses ou comercial.
Temos que respeitar tanto a soberania do Povo Brasileiro em resolver nossos problemas internos como também devemos respeitar a de outros países quanto suas regras de liberdade de expressão, acordos e formas de aplicar a justiça, afinal no Brasil temos uma legislação e lá na Gringa temos outra e é ai que entra o Direito Internacional e não o Direito que aplicamos aqui em nosso território. São formas de interpretar leis, situações e aplicações diferentes das aqui realizadas por isso, parcimônia, bom senso e um bom diálogo são as formas de colocar tudo novamente dentro dos eixos, de onde passaremos por esta crise sem que a população mais uma vez tenha que pagar pelo erro dos governantes.
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