Cura UV ou secagem UV de tintas e vernizes.


Minha formação técnica e universitária não tem ligação direta com química industrial ou mesmo laboratorial em  tintas, porém, a necessidade de conhecer esses insumos e como eles se comportam em máquina é fundamental para todo impressor e para quem deseja trabalhar com a indústria gráfica.

Atualmente, quase todas as empresas já possuem algum sistema de impressão baseado em tintas por cura UV. 

O sistema de cura UV esta mais presente em nosso dia a dia do que se podemos imaginar. Impressoras off-set, flexográficas, impressora inkjet de grandes formatos para impressão de banner são alguns exemplos.

Até no seu dentista, que nos últimos anos substituiu o amalgama (aquela obturação escura metálica) por resinas bicomponente por cura UV.

Adesivos que unem superfícies ou para construção de autoadesivos também já possuem alguma versão por cura UV, e a fonte de radiação (ou luminosa se preferir) também evoluiu, hoje podemos curar tintas, vernizes e resinas UV com o uso de LED (Diodo Emissor de Luz UV).

O UV (Ultravioleta) é uma radiação eletromagnética com comprimento de onda entre 200 e 400 nanômetros. O Sol é uma fonte de radiação UV, mas deixemos os raios solares do lado de fora, lá no Litoral onde ele sempre é bem vindo 😁.


A radiação UV é dividida em três tipos principais: UV-A, UV-B e UV-C, onde o UV-A é o mais abundante. O UV-A e o UV-B são os que mais penetram na pele dos seres vivos e alteram o funcionamento das células e dentre os dois o UV-B é o mais perigoso, devido à sua maior capacidade de causar danos ao DNA das células, aumentando os riscos  de câncer de pele.

Por este motivo, os sistemas de cura UV são em geral blindados (fechado), evitando que a radiação e a "luz" escape para o ambiente. Também, as unidades de UV, quando acionadas ionizam o ar ao redor da "lâmpada" (fonte de radiação) e geram ozônio (O3), esse deve ser retirado do ambiente através de sistemas de exaustão. O ozônio, em grandes quantidades no ambiente, pode ser tóxico,  por isso um bom sistema de exaustão se faz necessário.

Em geral, as unidades de cura UV são bem seguras. Há mais risco de um acidente causado pela alta tensão utilizada para "acender" a fonte de radiação UV, nas que usam lâmpadas de vapor de mercúrio, do que por conta da radiação ou mesmo do ozônio gerado.

As unidades de UV Led são muito mais seguras, geram menos ozônio, geram menos calor e precisam de menos energia para serem acionadas. Por outro lado são bem mais caras, e por terem um comprimento de onda e uma radiação bem definidas e limitadas às tintas devem ser melhor formuladas para que possam curar (secar e fixar no substrato), de forma mais eficiente. Já, as lâmpadas UV de mercúrio por terem um capacidade de irradiar diversos comprimentos de radiação UV permitem usar tintas mais simples em sua formulação, aceitando diversos graus de radiação em seus fotoiniciadores e por isso tornam-se um produto mais "barato".

Para concluir, fotoiniciadores são compostos adicionados a formulações para possibilitar a conversão da energia absorvida da luz visível ou UV em energia química e assim polimerizar as resinas das tintas e vernizes transformando os monômeros em polímeros.

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