sexta-feira, 8 de maio de 2015

NR12 mais segurança para o operador e mais comprometimento do fabricante


Foi-se o tempo que fabricar um equipamento era somente copiar do concorrente. Partes móveis, correntes, engrenagens, polias, pontas de parafusos e pinos, cilindros girando a altas velocidades estavam todos expostos, prontos para abocanhar um dedo desavisado, uma mão intrometida ou pior.
Com as novas regras, que entraram em vigor já fazem pelo menos 5 anos, estas partes já não são tão perigosas para o operador seja ele um profissional treinado ou um ajudante em início de carreira.
Desde dezembro de 2010 a normativa regulamentadora NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, reformulada com o foco de reduzir os acidentes com trabalhadores e usuários de equipamentos industriais. Isto quer dizer que qualquer equipamento industrial, seja ele rebobinadeira, impressora, cortadeira da indústria gráfica, betoneira da construção civil, batedeira da padaria entre tantas outras devem estar dentro do escopo deste regulamento.
A norma, na realidade,  traz informações e conceitos consagrados em segurança de máquinas, estendendo esta ­visão desde o projeto até o seu sucateamento. Notem que a norma diz DESDE O PROJETO até seu SUCATEAMENTO, isto quer dizer que muitos projetos devem ser revistos, novas estruturas e conceitos devem ser criados e novos acessórios devem ser incorporados para garantir que esteja em conformidade com a NR12.
Porém, toda mudança consequentemente gera alguns impactos. Os setores privados são os campeões em protestos contra a nova NR12, fato este decorrente do investimento necessário para se adequarem ao regulamento que segundo especialistas representa um alto valor, superando a casa dos R$100 bilhões. Mas estas mudanças e adequações são necessárias, mesmo que sob protesto de alguns.


O objetivo da Nova NR12 é de ter em médio prazo máquinas e equipamentos  realmente seguros, com informações mínimas para estes sejam projetados e construídos desta forma desde o transporte, utilização, manutenção, até o descarte. Destaquei aqui o projeto e construção, para que vocês percebam a necessidade dos fabricantes de máquinas - pelo menos no setor de artes gráficas, em especial flexográficas - comecem a se adequarem nem que para isso seja necessário contratar um novo projetista e conselhos de um técnico ou engenheiro do trabalho.
Ao mesmo tempo, a norma traz medidas para adequação das máquinas que já estão em utilização há alguns anos, além de apontar a necessidade de informação e capacitação dos trabalhadores, com explicações mais claras sobre o que é necessário, formulando um conceito de atualização contínua, o que a diferencia da antiga versão. Novamente destaco aqui a necessidade de se adequar as novas máquinas as normas e vejam que a informação e a capacitação é o mesmo que TREINAMENTO e orientação para os funcionários sobre o uso, operação e ajustes das máquinas, o que por si só já reduz e muito os acidentes na indústria.
A nova versão contempla a maioria dos dife­rentes modelos de máquinas e equipamentos de distintos processos de trabalho, buscando proteger de fato os envolvidos nos métodos de fabricação, e nas demais áreas envolvidas.
A nova NR12 trabalha com o conceito de falha segura, ou seja, qualquer que for a falha no sistema, ele deve ir para uma situação segura, que não coloque em risco os usuários. Podemos citar as chaves de segurança com bloqueio intertravadas instaladas em algumas máquinas, que tem a função de atuar no momento em que ocorrer uma anormalidade no funcionamento do equipamento, como por exemplo, a abertura de uma das portas que dão acesso às partes móveis e perigosas, quando as mesmas entram em emergência automaticamente.
Outro forte impacto da norma é na elaboração de projetos, pois ela direciona para a implantação de uma análise de riscos e especificações técnicas para os fornecedores, com controle de toda a documentação e principalmente o planejamento tanto de manutenção, como do processo produtivo, com o treinamento do pessoal envolvido. Novamente o destaque para a criação de especificações técnicas, documentação que pode ser traduzidos como os manuais e instruções de uso, operação, instalação, manutenção e soluções e o treinamento, novamente presente o que reforça minha tese de que treinar, orientar e capacitar é a melhor opção, afinal já faço isso a pelo menos 20 anos com todos os meus clientes de consultoria.
O setor flexográfico brasileiro ainda esta muito longe de estar adequado as normas NR12, grande parte dos fabricantes são ex funcionários de outras fábricas que montarem seu próprio negócio e usam o projeto ou conceitos das máquinas que eram fabricadas pelas empresas onde trabalhavam, e estas, acreditem, já haviam copiados suas máquinas de outras empresas. Não há projetos ou planejamento. Entendam que ter em sua empresa o CAD ou Solid Works não quer dizer que você tem projeto, quer dizer que você tem desenho, projeto é algo bem diferente de usar um software de engenharia para desenhar peças, para isso até o Corel Draw serviria.
Mas a necessidade de adequação dos equipamentos tanto na fabricação quanto na reforma, devido a revisão da normativa, é inevitável que custos sejam gerados para que as máquinas fiquem em conformidade e para que os produtos estejam prontos para ser comercializados ou uso. Em produtos novos esses custos são classificados como gastos necessários para manter-se no mercado.
Porém esses gastos para adequação, capacitação e manutenção dos equipamentos podem ser encarados como investimentos, a partir de que estes reduzem a quantidade de sinistros, afastamentos, as ações judiciais, indenizações para acidentados, entre outros.
Sistema de ventilação (secagem em máquina flexográfica) sem proteção na polia e correia
O maior agravo alegado pelos que são avessos a normativa é a perda de produtividade, pois alegam que as máquinas do processo produtivo e equipamentos industriais ficam restritas a algumas operações, por este motivo que bato na tecla de projetos e estudos, com consultorias com os próprios usuários para saber como eles trabalham, de que forma e o que pode ou não ser eliminado do processo de operação.  Um exemplo citado pelas empresas esta no setor estamparia em empresas do ramo metal mecânico, onde as prensas excêntricas e hidráulicas possuem área útil de trabalho para conformação da chapa específica para determinadas peças, que com a adequação torna-se limitada, devido ao enclausuramento (proteção fixa) do punção, pois é normal processar chapas grandes para melhor aproveitado de matéria-prima.
Máquina de corte e vinco com proteção na Polia e Correia
O que as empresas não consideram é que após as adequações há um ganho de produtividade quando se trata de motivação do funcionário. Ao se sentir cuidado há uma redução na rotatividade, com diminuição dos pedidos de demissão, podendo assim investir mais nos empregados. Uma boa adequação nos requisitos de ergonomia também gera ganhos para a empresa, devido à redução dos afastamentos por doenças ocupacionais. Através de um bom estudo de layout em conjunto com as adequações da nova NR 12 pode-se dar maior velocidade ao processo produtivo.

Caso tenha interesse em saber mais sobre projetos de máquinas, consultoria sobre assuntos relacionados a operação, proteção do operador e treinamento entre em contato, estarei a disposição para esclarecer todas suas dúvidas sobre este assunto que é muito importante para a empresa e operador.

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