Como cobrar a tinta na impressão?
Quando envolve a flexografia esse é um tema que dificilmente conseguimos unanimidade entre qual a melhor forma de cobrar pela tinta usada.
Em offset, devido as características da tinta e do processo, e da pouca ou nenhuma diluição que ocorre com esta no decorrer do processo de impressão quantificar a tinta usada é uma tarefa bem mais fácil. Também existem algumas fórmulas padrão para o consumo de tinta baseado no substrato e área impressa.
Já na flexografia a coisa não é assim tão simples. Temos muitas variáveis não só de substrato mas de área impressão, qualidade e características da tinta, métodos de aplicação seja por rolo pescador e anilox seja por sistema encapsulado, e por falar em anilox temos a lineatura e volume do anilox que distribui tinta em quantidades diferenciadas.
Assim, aplicar a mesma fórmula da offset para flexo não é tão fácil sem muitas correções levando-se em conta esses pontos. Outro fator que é intrigante, em especial em tintas a base de solvente, como vou expor agora: Em alguns casos, são separados 10 kg de tinta para uma determinada produção e mais 20kg de solvente. A produção ocorre ao longo do dia e o operador, ao fim da jornada de trabalho devolve para o estoque 14kg de tinta e 5 litros de solvente! Como isso é possível? Milagre da multiplicação?
Esse fenômeno ocorre por conta da diluição da tinta ao longo do trabalho, na realidade ele não esta devolvendo 12kg de tinta pura, virgem, esta devolvendo tinta extremamente diluída que já não possui às mesmas características da tinta nova, mas que servirá para outros trabalhos e produções.
Fora este detalhe, temos em grande parte das máquinas os problemas de tinteiros que transbordam, velocidade incompatíveis e tintas que sofrem por algum desbalanceamento e começam a espumar. No sistema de distribuição de tintas com pescador e anilox, dependendo da velocidade e do projeto da máquina ele pode "jogar tinta para fora" do tinteiro, além de tantas outras condições como evaporação do próprio solvente da tinta e excesso de entintagem sobre a placa de impressão (clichês).
Como até o momento só temos variáveis e o próprio nome diz que variam de caso para caso ou de serviço para serviço (acompanhando até a própria física do fluído - tinta), então como chegar a um denominador comum ou como cobrar pela tinta em uso.
A forma mais simples que encontrei ao longo dos meus longos anos de experiência podem envolvem o conceito de amostragem e conferência ao longo de X número de dias e impressões realizadas.
Funciona mais ou menos assim:- separamos as tintas, solventes e aditivos e antes de enviar para máquina pesamos e/ou medidos seu volume
- através da ficha de acompanhamento, a cada vez que alimentamos a máquina com a tinta, aditivo e solvente, medimos a quantidade colocada em produção e anotamos
- ao fim do trabalho, retornamos a tinta para um recipiente diferente do recipiente da tinta virgem que sobrou e anotamos seu peso ou volume e viscosidade (que deve ter sido anotada também no início do processo e com a tinta sem diluição e depois de diluída.
- anotamos as sobras de solvente, aditivos e outros.
- anotamos o volume de perdas que ficou no tinteiro e rolarias (este por estimativa) o tinteiro é fácil, podemos utilizar a TARA do tinteiro e depois pesar antes da lavagem.
- agora, anotamos se houve desperdício, se alguma tinta foi "jogada" para fora, transbordou ou se perdeu do tinteiro.
- Anotamos a área do impresso e sua porcentagem de cobertura, os anilox utilizados e seus volumes.
- pesamos o antes e o depois do substrato (antes da produção) e depois já com o material impresso.
- Se tiver esqueleto, pesamos este também para poder tirar a média.
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