Qual a melhor máquina flexográfica?
Esta talvez seja a pergunta de um milhão!
Quando, em minhas consultorias, me deparo com esta pergunta fica até difícil responder de uma maneira que eu não seja recebida ou mal interpretada pelo empresário (gerente, investidor, dono da empresas), em muitos casos estes se sentem ofendidos com a resposta. Pois uma coisa é certa, a sinceridade pode magoar e transformar você de herói em vilão em 5 segundos.
Não que eu vá desfazer um sonho criticando maldosamente uma máquina (marca ou modelo). Ou dizer a máquina NÃO PRESTA, longe de mim fazer isso ainda mais pela boa relação que tenho com todos os fabricantes, fornecedores e pelo nome que construí ao longo destes mais de 40 anos no mercado.
Mas, certas observações são necessárias e devem ser ditas e são estas mesmas observações que o empresário ou dono não esta preparado para ouvir.
Um equipamento de 4 cores tambor central, sem secagem entre cores, com anilox de lineatura baixa, sem sistema de bateção (movimento constante de anilox), sem sistema de afastamento, com engrenagens dentes reto não vai permitir que o operador tire uma boa qualidade em cromias, quiçá uma lineatura superior a 42 l/cm para agradar o cliente.
Já, equipamentos modular com controle de tensão magnéticos, CLP, servo motor no acionamento, sistema de vídeo inspeção, gearless (sem engrenagem), com secagem UV led em cada um dos 10 grupos impressores não é a melhor máquina para produzir etiquetas 60x60 em papel térmico com texto "Agradecemos a preferência!" na cor azul usado para balanças de supermercado.
A conclusão é a seguinte, NÃO EXISTE MÁQUINA MELHOR OU PIOR, o que existe é a escolha da máquina certa para o trabalho que se deseja fazer.
Claro que há máquinas que estão desgastadas e estão com tecnologia já ultrapassada, mas estas não são ruins, estão somente defasadas e precisam de upgrades, reforma ou mudar o conceito de certas partes para que se tornem mais produtivas e atendam melhor ao propósito para que foram concebidas.
Uma consultoria antes de adquirir um equipamento, o estudo de viabilidade e a determinação (definição) do tipo principal do trabalho que a máquina vai realizar em nossa fábrica deveriam ser os primeiros passos para a aquisição da máquina correta, garantindo investimento adequado sem excessos e sem desperdícios, em outras palavras, estar no orçamento planejado sem surpresas.
Por exemplo: se o foco da empresa é a produção de etiquetas de automação, seu nicho de mercado são clientes como empresas de logística, supermercados, padarias, marketplaces poderíamos definir para este mercado uma máquina flexográfica de 4 cores, 160mm mínimo de largura (eu já partiria para uma 250mm), com duas estações de corte, dois rebobinadores intercambiáveis e uma opção de reversão de uma das cores para impressão do verso.
Esta configuração seria suficiente para este tipo de mercado.
Mas eu consigo fazer alguma cromia com esta configuração acima?
Sim, claro que consegue, respeitando as limitações da máquina poderia fazer cromia, mas não é a máquina mais indicada para este fim.
Mas e se eu quiser fazer rótulos de cosméticos em bopp metalizado com cromia e cores pantone?
Bem, neste caso poderíamos ter uma configuração como: máquina modular com pelo menos 6 cores, mais uma unidade extra de verniz UV, duas estações de corte, secagem entre cores com UV, controle de tensão de entrada e de saída, anilox GTT ou com lineaturas compatíveis com a lineatura (retículas) usadas nos clichês, afastamento automático e bateção, vídeo inspeção, barra antiestática e como opcional tratamento corona.
Esta é uma configuração bem legal que permite imprimir virtualmente qualquer coisa que se encaixe na largura útil da máquina e nos cilindros porta clichês disponíveis.
Ai vem a outra pergunta que sempre escuto, Nacional ou Importada?
No atual cenário político-econômico onde a moeda americana é cotada a seis por um (R$6,00 = US$1.00), importação deve ser feita com um estudo de viabilidade muito bem feito e embasado em dados técnicos, de produção e sobre o mercado a que se destina o bem. A exemplo, quando falamos de uma máquina europeia que tem cifras na ordem de € 1.000.000,00 (um milhão de euros) , convertendo-se para nossa moeda o investimento mínimo aproximado seria de R$6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais), É MUITO DINHEIRO. Máquinas com estas cifras são bem comum "lá fora".
Aqui no Brasil temos fabricantes de máquinas modulares que oferecem boa qualidade, tanto no projeto quanto na construção e podem ser uma opção bem mais econômica que a importação.
Tudo, no entanto, esta atrelado a um bom estudo de viabilidade e projeto de implantação. Se bem feito, e se seu bolso permite claro, tanto a nacional quanto a importada poderão lhe atender bem e dar o retorno esperado. Se mal planejado, por mais sofisticada que seja a máquina, por melhor que sejam os insumos e o impressor, não salvaram você do fracasso ou da falência.
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