sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Como aumentar a velocidade de máquina?

 


Um dos pontos mais importante da produção é a velocidade que a máquina opera.

Na teoria, quanto mais rápido uma equipamento (impressora, troqueladora ou rebobinadeira) opera, maior será a produção que esta será capaz de entregar.

Por outro lado, o aumento da velocidade não garantem a qualidade do trabalho, nem tão pouco que o trabalho será realizado de forma mais eficiente.

Há que considerar uma enorme quantidade de variáveis para que possamos chegar e "torcer" o potenciômetro  de velocidade da máquina e rodar no "10" (máximo da escala em alguns displays de máquinas).

Vou considerar aqui o exemplo do que limita a velocidade de máquina, no caso impressoras flexográficas de banda estreita (rótulos e etiquetas), mas muitos destes conceitos se aplicam também para banda larga:

Dentre os limitadores de velocidade de máquina posso citar:

  1. Tipo e qualidade da tinta - a tinta é um limitador de velocidade já que tintas mal formuladas ou com diluições incorretas podem espumar, não secar no tempo correto entre um grupo impressor e outro, não darem a cobertura adequada sobre o substrato, etc.
  2. Sistema de secagem entre cores e final - caso a secagem seja ineficiente somadas a uma tinta que possa estar desbalanceada ou erroneamente escolhida para o trabalho e substrato não se pode utilizar velocidades maiores sob riscos como blocagem no rebobinamento, repinte no verso e contaminação de cores, perdas de tom e qualidade de impressão, etc.;
  3. sistema de distribuição de tinta - o sistema de distribuição de tinta é importante. Sistemas encapsulados (fechados) permitem velocidades maiores sem grandes problemas já sistemas abertos ou de faca reversa ou positiva não importa apresentam mais problemas e somadas a qualidade da tinta e sua viscosidade podem ser um desastre total quando se aumenta a velocidade.
  4. Geometria do serviço - no caso de seu utilizar o corte (troquelamento) simultâneo com a impressão, que é quase 90% de todos os trabalhos flexo de banda estreita o "desenho" ou geometria do serviço (corte) é um grande limitador de velocidade já que dependendo do contorno que esta faca tem, área, cantos retos ou agudos demais, esqueleto entre alturas e entre etiquetas de formatos e tamanhos reduzidos dificultam a retirada de esqueleto e limitam a velocidade;
  5. largura do substrato - em busca de economia "exagerada" muitos empresários sacrificam demais a largura mínima útil para retirada de esqueleto, reduzindo demais a lateral dos materiais. Já vi empresários tentarem tirar esqueleto de 1mm de largura de cada lado. O ideal é de 2mm a 4mm dependendo da geometria do serviço, tipo de substrato e qualidade de corte da faca e do sistema de extração do esqueleto;
  6. Sistema de extração de esqueleto - caso este tenha espaços muito grandes ou sejam do tipo "rolos fixos" que não permitam o reposicionamento (aproximação e inclinação), muitos trabalhos podem ter sua velocidade reduzida por rupturas de esqueleto;
  7. Substrato - dependendo do tipo de substrato (papel, bopp, pp, pe, etc.) que você usa e da qualidade do corte e rebobinamento que você tenha na sua bobina (rolo) pode ter dificuldades em manter e retirar o esqueleto e alinhamento em máquina isso limita a velociade;
  8. Qualidade da máquina e alinhamento - a qualidade da máquina, sua manutenção, sua limpeza e alinhamento do substrato são fundamentais para uma velocidade constante ou aumento desta quando necessário;
  9. Sistema de controle de tensão e rebobinamento - caso o sistema de controle de tensão não seja corrigido em tempo real (automático) assim como o de rebobinamento, o aumento de velocidade é um problema que pode refletir no encaixe, qualidade de impressão e até ruptura de material por estes ficarem folgados e retornarem ou serem puxados pelos rolos de porta clichês;
  10. sistemas de registro - se estes não forem bem ajustados o aumento de velocidade pode levar a um desencaixe da impressão que ao tentar ser corrigido perderá muito material;
  11. sistema de inspeção - sem um bom sistema de inspeção (vídeo inspeção ou vídeo scan) é impossível controlar e visualizar a qualidade de impressão a velocidades grandes;
  12. habilidade do impressor - sim, se o impressor não tiver habilidade e conhecimento suficientes para controlar, contornar problemas e corrigir eventuais desvios que possam ocorrer na tinta, tensão, registro de impressão e sistema de corte e impressão (pressão de impressão por exemplo) não adianta nada todos os outros pontos estarem de acordo ou ajustados já que não teremos quem controle-os com exatidão.

Estes são os maiores limitadores de aumento de velocidade em impressoras flexográfico. Mesmo que você tenha uma impressora modular se algum dos pontos esteja fora a sua velocidade máxima atingida não será a que a máquina pode proporcionar.

Há, existe outro ponto importante a considerar. A velocidade de máquina mecânica (aquela que esta no datasheet ou panfleto - catálogo da máquina) é a velocidade máxima que a máquina alcança quando vazia, sem carga, sem papel, sem tinta, sem pressão de impressão, sem fazer "nada" só ligada e rodando ok.

Ao colocar tinta, papel, pressão, tensão, pressão de faca e todos os outros acessórios conectados e sincronizados por si só a velocidade de máquina, por ter "peso", carga e resistência na máquina e suas engrenagens, cardãs e eixos já é menos que a velocidade máxima mecânica do catálogo em pelo menos 10% a 20%, isso quer dizer que uma máquina que diz que roda a 100m/mim com tudo "engatado" nela vai chegar no máximo a 80m/min à 90m/mim.

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