quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Eu respondendo a perguntas dos leitores e clientes!


 Em mais de 38 anos de atuação no segmento gráfico, em especial na flexografia (mais de 30 anos) e destes mais de 80% do tempo para banda estreita já me fizeram inúmeras perguntas e das mais simples às mais complexas. 

Lembrei recentemente de algumas e vou compartilhar com vocês aqui para que saibam um pouco mais de minha trajetória neste mercado empolgante da produção gráfica e flexografia.

Você tem alguma formação técnica?

Sim, sou "cria" do SENAI Theobaldo de Nigris e Felício Lanzara, fiz aprendizagem lá e técnico onde me dediquei especialmente a flexografia apesar de ter passado por quase todos os setores da escola como Off-set, fotolito e retoque, tipografia (hoje acredito extinta), PVG (produção visual gráfica) e tantos outros setores. Um especial carinho tenho com todos meus Mestres que gentilmente repassaram seus conhecimentos, experiências e dicas para mim e para tantos outros alunos desta maravilhosa instituição nos moldando nestes profissionais de hoje.

Você tem algum conhecimento mecânico e de fabricação?

Sim, ao longo dos anos fiz alguns cursos e investi em treinamentos para aprimorar minhas técnicas tanto como profissional gráfico como também para conhecer como eram fabricados as peças e partes mecânicas, as engrenagens, cilindros etc, somente assim eu poderia me tornar um bom consultor e profissional e entender por que e como a máquina funciona antes de apontar um erro, falhar ou condenar algum tipo de insumo,peça ou até mesmo a máquina. Entender como se faz e como funciona faz todo os sentido para se tornar um bom profissional e saber o que se esta falando.

Com o conhecimento que você tem nunca pensou em fabricar máquina?

Olha, já até pensei, mas prefiro ficar só nos projetos e consultorias, estes me dedico bastante utilizando recursos de software paramétrico 3D onde faço melhorias e crio recursos e partes ou acessórios para máquinas existentes e produção de produtos diferenciados. Fabricar máquinas requer um capital que não disponho, pois para fazer "cópias" de outras máquinas não faz sentido algum continuar dividindo o mercado e oferecendo produtos de qualidade questionável ou "igual" ao do concorrente. Ou você faz algo bom e útil ou contenha-se em fazer o que faz de melhor sem se aventurar em algo que não poderá dar continuidade. Mas o capital é um fator limitador para fabricação de máquinas com certeza.

E uma indústria de conversão, uma empresa de flexo fabricante de embalagens ou rótulos já pensou em ter?

Puxa, de verdade, não! Parece incrível, mas não tenho esta vontade de ter uma empresa de conversão ou fabricação de etiqueta ou embalagens. Como disse o fator capital (leia-se dinheiro mesmo) é limitador. Para se ter algo dos sonhos que faça o que e com as inovações que pretendo, sendo o diferencial tanto na qualidade, entregas, quanto no produto final para surpreender o cliente final em todos os sentidos custa muito caro. Mas em contra partida, gosto muito de dar consultoria de criar novas soluções, recursos e treinar e inovar nas empresas a quem me dedico como consultor ou apoio de alguma forma.

Qual foi a empresa que mais lhe impressionou nestes anos?

Nossa, tantas empresas me impressionaram tanto no sentido de inovação quanto no abandono. São diversos níveis e culturas empresariais que vivenciei neste mais de 30 anos. Umas me impressionaram pelo tamanho, outras pela total falta de controle. Mas sem dúvida uma marcou muito meu início foi a Divani S/A Embalagens (a primeira empresa que trabalhei logo após me formar no SENAI), era uma empresa enorme, com centenas de máquinas, faziam desde saquinhos de pipoca até papeis de presente e embalagens de grande porte como sacos valvulados para adubo e rações, eram 4 conduções por dia, acordava as 4h00 da manhã para estar na Rua dos Americanos 533 as 7h00 e chegava todos os dias em casa as 21h00, carregava marmita, tinha o Sr. Joel como encarregado e na clicheria o Sr. José ambos me ensinaram muito, mas apesar das dificuldades e cansaço diário pois a gente pegava no pesado mesmo desde empurrar bobinas até lavar tinteiros com tinta suferino a base de água (aquilo manchava a mão da gente uma semana) eu adorava aquilo. Uma pena que esta empresa caiu no esquecimento e se perdeu no tempo, a Divani tinha diversas unidades espalhadas por São Paulo e outros Estados.

E no setor de rótulos você tem uma lembrança especial?

Claro, não posso esquecer da Art Print Color e do Dr. Eduardo Chéde, Dr. Carlos, Delcino, Valdes e tantos outros que fizeram parte desta instituição. Dr. Eduardo me ajudou muito a dar asas as minhas ideias e criatividade, inclusive quando eu lancei a revista Flexonews ele foi meu primeiro entrevistado. Uma personalidade, assim defino o Dr. Eduardo de um bom humor único. Através dele como presidente da ABIEA tive também minha primeira experiência com um público de mais de 200 pessoas onde dei minha primeira palestra no auditório do SENAI em um seminário que fizemos para o setor de banda estreita. Dr. Carlos, "figuraça" sempre sério mas quando abria um sorriso era contagiante. Depois disso foram muitas realizações juntos em alguns encontros da ABIEA, Label Expo e tantos outros.

Mas devo também respeito e especial carinho também a Printek, onde o Sr. Sérgio Cruz e eu nos divertimos algumas vezes fazendo o que mais gostávamos produzir rótulos e etiquetas e divergimos algumas vezes, claro pois tudo é assim dias em que concordamos e dias que não concordamos e uma falta (acredito que falo por nos dois) de nosso amigo Geraldo que partiu cedo e deixou saudades...

E, não menos importante um amigo que também partiu antes de realizarmos muitos planos que compartilhávamos o Sr. Gilson da GGS, este foi um pioneiro que deixou uma lacuna no setor de fabricação de máquinas flexográficas no Brasil

Mas são tantas personalidades importantes que daria para escrever um romance digno de horário nobre na globo.

O que você espera para o setor flexo de banda estreita no Brasil (rótulos e etiquetas)?

Antes da pandemia de 2019 que se estendeu até este presente momento que estou escrevendo (no momento que escrevo meados de agosto de 2021) eu tinha uma visão sobre o mercado, mas agora é um grande incógnita. Digo isso por que muitas empresas como a gente conhecida antes da pandemia deixaram de existir, outras perderam seus principais lideres, outras tomaram novos rumos e estratégias, reduziram funcionários, produtos e produção e o mesmo aconteceu com todos os setores.

Claro que a pandemia trouxe novos horizontes e oportunidades como a fabricação de etiquetas brancas (automação e logística), embalagens flexíveis e caixas de corrugado tiveram grandes altas na produção e preços e a marcação e identificação tiveram também um crescimento expressivo.

Mas hoje, como tive que manter o isolamento e muitas empresas também deixaram de emitir seus relatórios e o acompanhamento ficou mais difícil não saberia com exatidão dizer se "estão bem das pernas", acredito que todas estão a partir de agora reavaliando e se reinventando para o novo recomeço. A grande vantagens é que todos começaram iguais, ou seja, com as mesmas chances de sucesso ou fracasso. Volto a repetir que o que permitira infelizmente se estas empresas terão sucesso ou fracasso será o seu bolso (o tal fator financeiro, se tem capital bem, se não tem amém).

Para as empresas que tem um reserva o recomeço agora que parece que as coisas começaram a se estabilizar (devido ao número de vacinados) será mais fácil, para as que gastaram tudo para se manterem abertas, bem acredito que sofreram bem mais ou nem passaram de 2022.

Por outro lado, variantes deste mal que assola o mundo já preocupam e fazem novamente alguns setores e países fecharem as portas. A quantidade de conflitos ao redor do Globo e outros problemas relacionados a política, clima, estabilidade financeira, etc... preocupam diversos setores e acabam por interferirem na análise e no que pensar e como pensar.

O que eu estou fazendo é projeções pequenas de curto médio prazo e tentando viver a cada dia, como dizia o Sérgio Cruz: Matando um leão por dia... (mas o pior que nem o leão está dando as caras...)

Eu pretendia retornar as consultorias presenciais a partir de fevereiro de 2022, mas tudo depende destes fatores citados, ainda esta tudo muito rebuscado para definir o que ou como fazer ou qual caminho tomar, ao menos essa é minha opinião e postura para meu negócio.

Por outro lado, como eu disse, se você fizer pequenas projeções, investimentos de pequeno e médio prazo e avaliar bem os riscos com certeza terá sucesso e continuará produzindo e atendendo bem seus clientes, mas hoje a contabilidade e estratégias de logística são pontos cruciais para se manter ativo.

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