sábado, 5 de outubro de 2019

Vale a pena "modernizar" minha impressora banda estreita?



Esta é uma pergunta que sempre recebo ao publicar alguma matérias no blog sobre impressoras ou quando estou em alguma consultoria ou palestra: “Vale a pena eu modernizar minha impressora de banda estreita?”.
Bem, tudo na vida evolui certo? A cada ano somos bombardeados de novas tecnologias (mesmo que usando conceitos antigos ou hardwares reaproveitados de outros gadgets), que nos permite facilidades e gerenciamentos mais precisos. Na flexografia também é assim.
Mais e mais equipamentos todos os dias estão evoluindo e, recebendo não só novos sensores e dispositivos eletrônicos, que podemos chamar de tecnologia incorporada, como também novos conceitos mecânicos e dispositivos práticos de acoplamentos com menos usos de ferramentas e mais uso de sistemas de clip, encaixes e auto travamento.
Mas voltando ao foco da pergunta, eu diria que depende.
Depende de muitos fatores, um dos quais é a própria idade do equipamento, conceito e designer do mesmo e principalmente estrutura e alinhamento (precisão na construção eu diria).
Uma Vamper de 1970 eu diria que a “modernização” que poderia ser feita seria somente a inclusão de um contador de metragens eletrônico e um sistema de controle de velocidade baseado em inversor de frequência, mais nada.
Mas ai você me pergunta e os anilox?
Bem, uma Vamper 120mm de largura (ou até as 100mm, isso mesmo existia uma 100mm) o preço de fabricação de um anilox ficaria muito próximo ao preço de fabricação de um para uma impressora 160mm de largura, o custo de fabricação de 3 peças mais os rolos pescador de borracha poderiam até ultrapassar o valor venal da máquina, pode parecer brincadeira, mas sim uma Vamper lá dos anos 1970 não passaria hoje de pouco mais de 10 mil reais, isto sendo muito otimista e se já estiver com contador eletrônico e inversor, se não vale pelo menos uns 3 mil a menos.
Já uma Flexorama lá dos anos 1980 a história já muda de figura. A estrutura é boa, o conceito e melhorzinho, os espaços são mais confortáveis e podemos nos dar ao luxo de trocar os anilox, rolos pescador, puxador, colocar um sensor de ruptura de papel, contador de metragem eletrônico, inversor de frequência, sistema de secagem final com IR e até um sistema de cura UV no final para aplicação de verniz. Dá até para, dependendo do material que se deseja imprimir, colocar um alinhador de banda na entrada e um cavalete com capacidade de desbobinamento para 2500 metros ou mais e sistema de controle de tensão de entrada eletrônico.
“Há mais isso tornaria a máquina muito cara e seria impraticável, compensa compara uma nova”, você me diria, correto?
Como disse no início, depende. Uma máquina nova na mesma configuração que a sua máquina tem (digamos que 4 cores) com todos os acessórios que mencionei, não sairia por menos de 90 mil e ainda teria que mandar os desenhos das facas, porta clichês e outros acessórios para que pudesse usar o que já tem e não ter que reinvestir nestas ferramentas.
Já o upgrade destas peças em sua máquina, além de darem a ela condições excelentes de trabalho, ser mais rápido que a espera de uma nova máquina ainda aumenta a sobrevida de sua máquina em pelo menos mais 8 anos e seu valor de revenda e tudo isso pela metade do preço de uma nova ou até menos.
Sua máquina com estas alterações e com apenas 5 a 8 dias parada (se considerar pintura e desmontagem para troca de rolamentos do tambor central e engrenagens) ficaria em estado de nova.
Algumas máquinas bem fabricadas já da década de 90 e mais recentemente máquinas fabricadas a até 2005 mais ou menos permitem boas alterações de produtos embarcados com bastante sucesso.
O que pode-se incluir para melhorar sua máquina ou “modernizar” ela um pouco e obter maior qualidade são os seguintes itens (mais comumente ok, tem outros pontos e produtos que podem ser incluídos):
  • anilox – novos do tipo GTT ou ainda os convencionais;
  • rolos pescador (tomador) os rolos de borracha que transferem a tinta do tinteiro para o anilox;
  • rolos puxadores – todos;
  • guias – avalia o estado e proceder a reforma, substituição ou inclusão;
  • tinteiros – caso sejam de alumínio ou de outro tipo de material e estejam com danos, enferrujados substituir por de aço inox;
  • rolamentos – todos dos grupos impressores;
  • buchas – todas;
  • feltros de freio ou elementos de freio – todos;
  • mangueiras de ar – todas (se seu equipamento é construído com sistema pneumático);
  • conexões de ar – todas que estiverem danos ou aparentemente deterioradas pelo tempo e uso;
  • conectores elétricos – todos que estiverem apresentando sinais de dano;
  • conexões feitas com fita isolante – todas e substituir por bornes ou conectores;
  • inversor de frequência – caso seja varimot ou outro sistema mais antigo de controle de velocidade substituir por esta opção;
  • sistema de contagem de metragem eletrônica – incluir caso não exista – usar contadores com sistema de calibração para precisão das medidas;
  • sistema de secagem final – avaliar o tipo, estado e substituir as peças e resistências por outras mais eficientes ou com sistema IR;
  • botoeiras – substituir todas por novas e incluir botão de stop emergência, travas e controle de dois pontos na máquina (painel principal e controle secundário para auxiliar o impressor em ajustes e passagem de material, há opções de controle remoto );
  • sistema de aleta luminoso e sonoro para ligação, produção e operação da máquina – sistema de luz de aviso e sinal sonoro para evitar acidentes;
  • sistema de ruptura de papel – para a máquina se o papel quebrar no meio da produção evitando dano maior e sujar a máquina;
  • sistema de parada por ruptura de esqueleto – o mesmo que o papel o do esqueleto para a máquina ou dá um alertar para o operador atentar a este defeito e marcar a bobina.
  • Sistema automático de marcação de defeito – um sistema que “pinta” uma faixa sobre as etiquetas no rebobinamento indicando o começo e o fim de um defeito inutilizando esta faixa de etiqueta ou permitindo uma visualização do operador de revisão para atentar a partir deste ponto, retirando a faixa ruim;
  • sistema de parada no fim da bobina – para a máquina se a bobina de material acabar (entrada);
  • curadora UV – caso não tenha no final o UV é importante.
  • alinhador de borda – alinhador de material;
  • sistema de controle de tensão de desbobinamento;
  • horímetro – totaliza as horas que a máquina ficou ligada ou em operação, fundamental para manutenção e avaliação de produtividade da máquina.

Basicamente é isso que eu colocaria e indicaria fazer em uma máquina para reformar ou “modernizar” ela. Poder não parecer muito e a primeiro momento pode parecer “caro”. Mas você agrega valor e com isso agrega também melhores condições de uso, qualidade na impressão e maior produtividade no final.
Lembre-se que não avaliei o estado do tambor central, pontas de eixos dos porta clichês, estado geral dos cilindros contra faca, se estes estiverem em um estado aceitável não faremos nada, caso precise de retífica, alinhamento ou algum tipo de ajuste o prazo de conclusão após desmontagem é aumentado e o custo também alterá o.k.
Para saber mais entre em contato, tenho um sistema desenvolvido para acompanhamento e monitoramento de máquinas flexográficas via Wi-FI em seu computador ou smartphone. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Como saber se uma papel é térmico?

Alguns de meus leitores são apenas usuários de etiquetas e rótulos. Outros são fabricantes de máquinas e equipamentos, vendedores de insumos...