ENVIO DE ARQUIVOS PARA GRÁFICA

Muitos clientes possuem seus próprios departamentos de criação e desenvolvimento. Estes departamentos são responsáveis pela criação do layout, estilo, marcas, textos, imagens e do conjunto completo da embalagem e também de rótulos e etiquetas.

Alguns, com pouca experiência no setor gráfico acabam por fazer artes em Power Point, Word, Paint ou outro software disponível na internet como estes tantos que existem hoje em dia para tratamento de imagem e desenho para smartphones e tablets.

Porém, estes programas e também as técnicas utilizadas para o envio e fechamento (finalização) do arquivo para ser utilizado no setor gráfico e impressão de embalagens ou rótulos não são ideais.

As cores, textos, fontes utilizadas, formatos dos arquivos gerados por estes programas não atendem 100% das exigências de qualidade e técnicas para reprodução gráfica. As imagens também vistas nas telas de um computador, smartphone ou tablet não representam fielmente o que será o resultado após a impressão no substrato escolhido.

Abaixo algumas dicas de procedimentos para obter melhores resultados no envio e na reprodução de suas artes de embalagens, rótulos ou etiquetas adesivas:

1. use sempre escala em milímetros. Pixels é uma medida comum para formatação e medidas de escalas para páginas web e para imagens que serão exibidas em monitores. Use escala em milímetros, pois papéis e películas que serão utilizadas na reprodução de sua etiqueta ou embalagem possuem esta grandeza de valores ao falar de largura e altura.
2. Cores – as cores que você vê no monitor de seu computador ou tablet por exemplo (TV também é assim) é no formato RGB, muitas imagens capturadas da internet para compor sua arte também estão neste formato. RGB quer dizer Red (vermelho); Green (verde) e Blue (azul) é corresponde a comprimentos de onda de luz. Em indústria gráfica o padrão é outro é o CMYK que é formado por tintas das cores primárias que são Cyan, Magenta, Yellow e Black. É neste formato que você deve converter e enviar suas imagens e textos em cores.

   

   Separação de cores de uma cromia - CMYK, sendo que a sobreposição de cada uma das cores no processo de impressão resulta na imagem colorida como podemos ver na imagem acima.

3. Para cores sólidas usar as palestas das cores Pantone. Pantone é um padrão de cor composta por mistura de tintas monopigmenentas, por exemplo Vermelho 485C. Neste caso a separação de cores pelo sistema interpretará a cor Vermelho 485C como sendo uma cor pura e o resultado será uma única placa (clichê, chapa, fotolito, etc.) para esta cor.
4. Quando você montar uma arte é necessário saber para qual tipo de processo de impressão que você esta desenvolvendo o trabalho. Off-set possui suas peculiaridades e ganhos de ponto. Flexografia já deve ter uma sangria maior, ter especial atenção as áreas de mínimas e máximas para controlar o ganho de pontos e a perda destes na gravação do clichê, também deve-se saber a distorção que deve ser aplicada (compensação) para adequar corretamente a arte ao cilindro utilizado.
5. O substrato utilizado para o desenvolvimento da etiqueta ou embalagem deve ser levando em consideração. Se você vai imprimir em um BOPP transparente pelo lado interno, se o material é metalizado talvez um calço branco deve ser incluído no desenvolvimento da arte. Couchê poderá necessitar de um clichê ou chapa a mais para o verniz, papéis foscos do tipo off-set não possuem brilho mesmo com a aplicação do verniz pela sua grande porosidade, já o couchê fosco (mate) permite aplicação de verniz localizado com um efeito extra de destaque na impressão.
6. A resolução da imagem e do arquivo de modo geral deve ser pelo menos 2 vezes a resolução da retícula que deseja reproduzir. Por exemplo, se você pretende fazer uma impressão de 150 lpi seu arquivo deve ter resolução de 300dpi. Como regra geral as indústrias gráficas padronizaram 300dpi para qualquer tipo de resolução de LPI de chapas (até 60l/cm).

   

   Imagesetter utilizada para separação de cores e geração de fotolitos um para cada cor que compõe o trabalho (CMYK, serão iguais a 04 imagens)

7. Sempre que possível minimizar o uso de estruturas complexas como degradês e blends no programa de finalização do arquivo, pois este ficará muito pesado. Optar por aplicar estes filtros com o software de tratamento de imagens e aplicar em sua arte no formato de bitmap.
8. Imagem vetorial (aquelas realizadas pelo Corel ou Illustrator por exemplo) devem conter o mínimo de pontos (paths) possíveis. Quanto mais pontos maior será o tempo de processamento dos arquivos, podem causar erros e os arquivos ficam mais pesados.
9. Fios e textos muito finos podem dar problemas ou nem aparecerem na impressão. Use fios (linhas) com espessura superior a 0,15mm isso permitira uma reprodução visível da linha.
10. Nunca esqueça das marcas de registro, seja para os clichês da CMYK (cromia) como também para os clichês e chapas de verniz, calço branco, clichês de cold-stamping, etc...
11. coloque todos os arquivos em uma única pasta – sim, isso mesmo, ao enviar os arquivos para a clicheria ou ainda deixando ele no seu HD (hard disk) de armazenamento coloque em um diretório com as fontes, imagens, textos, vetores, etc. Isso auxilia e facilita a manipulação do arquivo.
12. Não esqueça, ao enviar qualquer arquivo para clicheria e também para plate-setter converter os textos em curvas, isso evita inúmeros problemas de trocar fonte, correr texto e alterações de acentos e palavras.

Estas são apenas algumas dicas básicas que se seguidas minimizam problemas na geração de clichês, chapas e impressão. Outras dicas e como fechar o arquivo para envio para clichêria podem ser vistas aqui mesmo no blog.

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*ROBSON YURI SIMÕES é técnico gráfico com experiência em consultoria para indústria flexográfica de banda larga e banda estreita e especialização em treinamento de equipes de produção e vendas. Autor de diversos artigos para o setor gráfico é mantenedor do blog http://flexografiatotal.blogspot.com.br com muitas matérias e dicas sobre vendas, produção e procedimentos para obtenção de produtos de melhor qualidade em flexografia.