Por que as empresas acham que a velocidade é a forma mais produtiva?

A velocidade de impressão, ou velocidade que a máquina "roda" um trabalho é o motivo de maior discussão nas empresas. Em uma empresa que trabalhei foi motivo até  de demissão, mas por quê?
Alguns proprietários de empresas ou gerentes, em sua maioria autoritários e desconhecedores dos processos envolvidos na flexografia acabam tomando como base a velocidade mecânica total da máquina, aquele velocidade que o fabricante fala ou imprime no folder de apresentação da máquina sem se dar conta que aquela velocidade é o indicador de uma máquina vazia, sem porta clichês, tinteiros, tinta, pressão entre os rolos, sem a faca e sem o papel.

Todos estes equipamentos conectados, cilindros engrenados e "peso" ou carga de papel a ser transportado acabam por limitar a velocidade mecânica e criar a velocidade real.
Outro fator que não é considerado é a geometria do trabalho. Trabalhos que possuem recortes com ângulos muito agudos, espaços de esqueletos nas laterais muito estreitos, formas de corte assimétricas e irregulares são outro ponto que interfere e muito na velocidade, reduzindo-a da velocidade real em até 70% em alguns casos.
Hipoteticamente falando, poderíamos dizer em uma situação destas que se um equipamento possui velocidade mecânica de 100m/min e a velocidade real com tudo engrenado e tintas balanceadas com o papel na tensão correta seja de 70m/min com um corte irregular e material que tenha sua resistência a tração baixa a velocidade de impressão e trabalho seria de 21m/mim.
Outros fatores interferem na velocidade de impressão como podemos ver abaixo:

• resistência do material a tração - material fraco ao retirar o esqueleto quebrando facilmente, uma solução é colocar uma largura maior de esqueleto lateral;
• tinta espumando - a tinta começa a agitar na banheira e espumar, derramando pelas laterais. Quanto maior a velocidade mais agita, mais espuma - anti espumante resolveria;
• geometria do trabalho - já comentamos a forma do corte pode limitar a velocidade;
• batimento dos cilindros - cilindros porta clichês desbalanceados ou descentralizados ou com engrenagens fora de centragem são fortes candidatos a trabalhos ruins em qualidade e limitadores de velocidade;
• fita dupla face - o uso de fita dupla face de densidade não apropriada faz com que a velociade seja menor ;
• habilidade do impressor;
• condição geral do equipamento como lubrificação, estado dos rolamentos, etc;
• falta de alinhador de banda (web guide ou fife por exemplo);
• falta de controle de tensão eletrônico ou automático;
• sistema de registro longitudinal - ele interfere na velocidade pois constantemente o impressor tem que observar se está em encaixe;
• falta de sistema de vídeo inspeção - aliados ao sistema de registro longitudinal é um fator de limitação de velocidade.

Bem, existe inúmeros outros fatores como bom humor do impressor, satisfação do operador em relação a empresa, critérios de qualidade do impresso, insumos envolvidos no trabalho, urgência do trabalho, e tantos outros quanto possíveis e imagináveis.

Por outro lado, se existem mais de um fator destes envolvidos em uma determinado trabalho o risco de ter uma velocidade e qualidade alteradas é grande por isso os fatores devem ser revistos para poder avaliar corretamente o tempo de produção e os investimentos extras ou atrasos decorrentes da velocidade inapropriada.