Velocidade de impressão

A velocidade de impressão é um desafio para os empresários e um terror para os operadores. Muitos, tentam compensar a ineficiência do processo em um todo aumentando a velocidade do equipamento, ou como chamamos "a velocidade de impressão".

Mas vamos a realidade. 

A velocidade de impressão em flexo, letterpress e até mesmo em off-set é o resultado de alguns fatores que interferem diretamente na performance do equipamento. Não que a máquina não atinga os 100% da potência de seu motor, mas o fato é que se esta potência for alcançada não teremos trabalho algum e sim um monte de lixo na saída da impressora e uma grande "lambança" em todo o equipamento.

Para se atingir uma velocidade produtiva, sem prejuízos e sem alteração na imagem a ser reproduzida (respeitando o padrão do cliente) é necessário observar algumas situações como por exemplo:

• Quantidade de cores - Quantas mais cores compõe um trabalho maior a atenção e o controle que o operador terá que dispensar para reproduzir o impresso. Mais cores e composições de cromias e pantones requerem uma velocidade menor para que o operador possa acompanhar cada uma das sobreposições em cada estação de impressão. Serviços de uma e duas cores tendem ser mais rápidos de rodar se comparados com 4 cores pantone + verniz.
• Tipo de substrato - papéis finos de baixa gramatura são mais frágeis que película plásticas e podem romper caso a aceleração e desaceleração do equipamento ocorrer de forma brusca. Além disso, pensando em flexografia, a carga de tinta sobre o papel fino for alta (chapados) temos que ter menor velocidade para que a mesma seque entre a impressão, próximo grupo impressor e o rebobinamento e evite a blocagem no rebobinamento, decalque de tinta e ruptura por umidade e fragilidade do substrato molhado.
• Tipo de tinta - tintas menos secativas requerem menor velocidade de impressão para compensar o desequilíbrio na sua composição química. Uma dica para aumentar a velocidade de máquina quando o problema é secagem, você poderá usar um solvente acelerador e assim compensar a secagem lenta.
• Geometria do trabalho - falando em flexo e letterpress que rodam rótulos e etiquetas este fator é mais evidente. Trabalhos com corte (troquelado) regular como retângulos, quadrados e círculos ou elipses são muito mais fáceis de rodar se comparado a imagens irregulares com cantos retos e formas desiguais. Isso porque ao cortar um rótulo ou etiqueta em quase sua totalidade necessitam que seja retirada o esqueleto (contorno ao redor da etiqueta de material que é retirado para que sobre o liner fique somente a etiqueta ou rótulo), esta retirada é facilitada quando o espaço de esqueleto entre as etiquetas é superior a 3mm e o substrato é resistente aliados é claro a geometria do trabalho (lembre-se que formatos regulares com cantos arredondados são mais fáceis de "soltar").
• Geometria dos cilindros - cilindros porta-clichês como diâmetros muito pequenos ou muito grandes tendem a apresentar "ruidos" ou vibrações que são transferidas para o corpo da máquina através de seus acoplamentos e mancais. Estas vibrações ocorrem quando a velocidade é aumentada e em geral nos cilindros sem balanceamento são mais evidentes impossibilitando até seu uso para reprodução de produtos de qualidade por conta do excesso de ganho de pontos e vibrações que causam prejudicando o trabalho completamente.

Estes são as principais causas da baixa velocidade de produção mecânica de um equipamento de impressão, existem outras ligadas a estrutura da máquina, limitações de controles e regulagens, falta de sistema de inspeção e o próprio operador e seu know how no processo.

Mas também há o fator "satisfação pessoal" que interfere no humor do operador e faz com que este "limite" a velocidade propositalmente como forma de protesto ou boicote por algum motivo. Nestes casos somente você empregador e o seu operador podem resolver, não há nenhum outra fórmula mágica ou mecânico que dará jeito.

Uma grande abraço a todos e não percam nossos próximos posts com muitas outras novidades sobre impressão, flexografia, embalagens e rótulos.