domingo, 4 de outubro de 2020

Retornando aos poucos, so que não

 


Um período longo de distanciamento, reavaliação de prioridades, readequação de produtos e de conceitos, reforma e renovação de quadro de funcionários e uma incerteza assustadora nos perseguindo dia a dia.

É assim que consideramos um NOVO NORMAL, sem saber quem ou qual empresa ainda trabalha ou como trabalha.

No mercado de produção de embalagens, rótulos e etiquetas este impacto, apesar de presente e destruidor foi menos visível que em outros setores como por exemplo os de bares e restaurantes ou ainda o automotivo.

A reinvenção de novos produtos, estratégias e o tal Delivery ganhou destaque. Novas formas de entrega, de vender e de produzir começaram a serem introduzidas e muitas cairam no gosto do consumidor.

Eu diria, sem medo de errar que nunca mais seremos os mesmos, que hoje, 90 entre 100 empresas vai optar por manter os poucos funcionários que restaram em regime "home office" e a contratação tende a ser menor a cada dia, mês e ano. 


A contratação de "freelances" ou seja, pessoas que trabalharam por "job" ou empreitada será a nova realidade. O que isso quer dizer? Quer dizer que você não mais será disponível para a empresa por 30 dias, com carteira e salário tendo ou não tendo serviço, você será alocada somente quando tiver trabalho, isso quer dizer que se a empresa "pegou um serviço" ela chama você e pagara mais, mas pagara e terá você presente somente o tempo necessário para produzir aquele trabalho ou produto, depois de pronto, embalado e entregue a transportadora, você volta estar livre para outros trabalhos, empresas ou tarefas. Não haverá mais vínculo empregatício entre empresas e funciionários, teremos um crescimento maior de autônomos prestadores de serviços especializados em determinados setores.

E as indústrias de embalagens, rótulos e etiquetas seguiram em breve esta tendência. De certa forma isso será bom, pois o custo operacional e fixo das empresas tenderão a baixar e diria (sem contar as altas do dólar que mantém os custos mesmo com reduções ainda altos), que de 25% a 40% dependendo do setor, acordos e ajustes entre horários e prestadores de serviço.

Para o operador tem um lado bom e um não tão bom assim. Como operador me refiro aos funcionários ou colaboradores não importa como sua empresa o nomeia.


O lado bom: o operador por exemplo tem liberdade de horário, monta seu cronograma, ajusta e recruta o ajudante que melhor se adapta ao trabalho ou que melhor conheça as rotinas, só inicia o trabalho quando tudo esta (insumos) disponível além de, por estar por conta própria e quanto mais rápido e mais perfeito executar o trabalho mais qualificado, requisitado e melhores serão suas remunerações e não ficará preso a uma só empresa, horário e local. Claro, remuneração são mais ganhos.

O lado não tão bom: o operador não terá vínculo, registro em carteira e assim terá que fazer seu próprio controle e pagar seus impostas, taxas e INSS para que possa ter direito a aponsentadoria. Apesar de ganhar mais, não tem direito a 13°, férias, Seguro desemprego ou fundo de garantias, para isso ele terá que poupar, guardar e se prevenir. Se ele não for tão bom, qualificado será mais difícil encontrar um local para trabalhar mesmo que freelance, este é outro ponto ruim, pois pessoas com qualificação não tão expressivas acabam por trabalharem "barato" e com isso prejudicam a formatação do valor médio ou valor real aos profissionais que trabalham sério e com qualidade, reduzindo o preço de contratação e "estragando o mercado", isso aconteceu comigo como consultor, quando comecei o valor hora por consultoria no setor flexográfico (fui pioneiro no Brasil, comecei a 28 anos atrás quando o conceito de consultoria ainda era um tabú entre as empresas) era na faixa de US$60.00 (sessenta dólares), hoje não ultrapassa US$5.00 a hora. Tudo por conta da quantidade de pessoas que resolveram e se acham consultores e acabaram, sem a devida bagagem não só de conhecimento como também de estrutura técnica nas mais diversas áreas inclusive na formação de preços a cobrarem "qualquer coisa" para terem um salário.

Mas, as consultorias (depois do advento de que todo mundo virou Youtuber e especialista em alguma coisa), os bons profissionais e a RESPONSABILIDADE são pouco valorizados, e com este NOVO NORMAL estes terão a sua vida mais resumida e menos espaços no mundo cada vez mais enclausurado.

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