Eu fui um dos primeiros se não o primeiro consultor para dar treinamento, suporte e "auxílio" aos profissionais de flexografia no Brasil e comecei isso a pelo menos 28 anos atrás, quando a palavra consultor "arrepiava o couro" de muitos empresários.
Naquela época, eu compilava um CD com meus textos técnicos, imprimia as apostilas em uma impressora laser, encadernava elas com capa plástica e espiral, juntava em minha mala uns brindes do tipo réguas, paquímetro, trenas, estiletes e escalas de cor e caia no mundo visitando as empresas e passando conhecimento técnico teórico e prático a muitos operadores e ajudantes de diversas empresas do ramo flexográfico em quase todos os Estados do Brasil.
Tempos em que data show, era alugado a preço de carro com ar condicionado na Hertz e salas de treinamento nas empresas eram utopia. Quando as máquinas mais sofisticadas fabricadas no Brasil eram ainda as Tambores Central da GGS (inovação na época com carrinhos de alumínio, plataforma em chapa de aço dobradas e inversor de frequência ABB), e as modulares ainda estavam gatinhando nas pranchetas de muitas empresas fabricantes de máquinas.
Por falar em fabricantes, existiam oficialmente 3: Maqflex, GGS e Ibirama a Etirama ainda fazia parte da própria ibirama e não tinha "nascido" em Sorocaba.
As facas rotativas eram feitas meio que artesanalmente em garagens com pantôgrafos e entregues embrulhadas em muito jornal. Aquelas caixas de madeira que acondicionavam as facas demoram ainda muitos anos para serem adotadas.
Clicherias, apenas 3 e a mais conhecida sem dúvida era a Rufer, um pioneiro na Rua dos Italianos em São Paulo. Internet, arquivos digitais, photoshop, corel Draw nem existiam e computador (PC) e até mesmo o Windows eram desconhecidos e intangíveis por grande parte das pequenas empresas do setor. Vivíamos nos tempos da "pedra lascada".
Tudo era feito na "unha" por mãos habilidosas e talentosas de retocadores de fotolitos, contateiros, gravadores de clichês, desenhistas e artistas gráficos além é claro do famoso arte finalista, o cara com a caneta de nanquim.
Mesa de luz, tecnigrafo, esquadros, curvas francesas, réguas, escalímetros, calculadoras e muito lápis de cor, guache, nanquin e até aerografo eram ferramentas do artista.
As distorções eram aplicadas através de cálculos complexos e movimentos de exposição do fotolito da lente em relação a base e a fonte de luz para promover uma redução somente de uma lado e assim permitir que a chapa fotopolímera, na época somente o Cyrel da DuPont (que virou substantivo do produto até hoje), tivesse o perfeito envolvimento junto ao cilindro e permitisse o encaixe das cores, facas e textos em uma determinada geometria de corte.
Neste período estas técnicas além de outras eu já compilava e enviava organizadamente no CD, depois DVD que era usado como material de apoio e fornecido para os participante dos treinamentos que eu promovia junto às empresas. Tudo isso ainda ganhava o reforço da Revista Flexonews, sim a primeira revista técnica do setor flexográfico do Brasil que foi impressa e distribuída antes até da Revista da ABFlexo FTA.
Hoje no entanto as técnicas, máquinas, produtos sofreram mudanças para melhor e se tornaram mais fáceis de serem usadas e aprendidas, o computador em si faz tudo isso que falei no caso da arte e cálculos em "um piscar de olhos" e sem que o operador se dê conta.
As máquinas, cada vez mais sofisticadas e com recursos extras, permitem ajustes, encaixes e manter estes encaixes de forma mais constante. Aparelhos de vídeo inspeção, sistemas de reconhecimento de cores e ajustes com motores de passo e servo motores permitem registro em tempo de produção sem que o operador tome conhecimento do que esta acontecendo, deixando-o livre para fazer outras coisas, ou seja nada (parece piada, mas é verdade, o operador hoje quase não precisa fazer mais nada pois a máquina encaixar, reconhece os erros de registro e cores e corrigi tudo isso ainda com a máquina rodando sem perder um só metro quadrado de material).
Os "artistas", eruditos, hábeis e talentosos profissionais deram lugar a meros "apertadores de botões", que sem desmerecê-los pouco sabem o que estão fazendo. Foi de certa forma castrada a fonte de conhecimento e reconhecimento do que e como se esta fazendo destes hoje profissionais do setores gráficos (e outros da indústria também). O operador hoje é um simples "robô" que segue uma rotina de sequencia de aperto de botões na espera de um resultado, mas ele mesmo não sabe analisar e saber o que e por que o resultado acontece, simples assim.
O pensar, o avaliar o agir o questionar foi suprimido do funcionário, operador ou colaborador das empresas. O que se pede é: Ensino Médio Completo e um bom resultado nos testes psicotécnicos e psicológicos em dinâmicas de grupo de operadores que são contratados por meio de plataformas digitais e selecionados por quem não entende nada do que fazemos em nossa indústria.
Bem, não sei a lógica disso, mas você daria a responsabilidade de operar um equipamento de 1 milhão de dólares para uma pessoa selecionada por alguém que não conhece seu negócio e que escolheu este operador através de um perfil psicológico só porque ele desenhou uma árvore que não fosse um coqueiro ou bananeira e uma família de mãos dadas em uma folha de "sulfite"?
Acho difícil ter sucesso ou obter o retorno desejado quando colocamos um mecânico para ser pedreiro e um pedreiro para ser cardiologista. Não desmerecendo cada profissão, muito pelo contrário, mas são analogias necessárias para entender que cada um deve ser e estar preparado apropriadamente para a profissão e desafios que este encontrará. A própria seleção destas pessoas esta sendo feita, ao meu ver de forma errada, quando se terceiriza através do site o envio de curriculum, entrevista e seleção para uma empresa que não conhece o seu "dia a dia" ou seu negócio é difícil ter bons resultados.
Na realidade estes Head Hunters, ao menos no Brasil e para o setor de mão de obra de chão de fábrica não estão nem ai com o que você faz e como faz. Sendo assim se este cara não se preocupa em entender o que você faz, como faz e porque faz, como ele selecionará um bom profissional para você?
Mas como corrigir essa falta de suporte nos dias de hoje?
Se o "estrago" já esta feito a melhor forma de corrigir esta deficiência técnica de falta de informação e reconhecimento do processo como um todo (na parte produtiva agora enfatizando) é através do treinamento, palestras e material técnico (leitura técnica) desenvolvida de forma clara, objetiva e para o setor e pessoa na condição de operador ou técnico.
Hoje com a pandemia ficou mais difícil reunir 5, 10 pessoas em uma sala e passar 3 a 4 horas explicando as técnicas e teorias do processo. Hotéis, voos e a própria logística de pessoas ficou além de mais restrito menos possível por diversos aspectos de segurança coletiva em relação há evitar a disseminação do vírus.
Mas a tecnologia consegui contornar esta "barreira", podemos nos reunir para este treinamento e explicar as técnicas e teorias (fica só faltando a pratica, mas esta é contornada pelo executar os trabalhos dia a dia), do processo flexográfico e suas variáveis.
Skype, vídeos, conferência e workshops via web permitem que não só eu, mas diversos profissionais se reúnam para passar informações e tirar dúvidas de "alunos" ao redor do mundo, inclusive há plataformas que permitem até legendas em tempo real e converter toda a conversa em texto ao final da apresentação, gravar e assim permitir que o participante, veja e reveja quantas vezes for necessário ou quiser.
Eu hoje tenho um plano de treinamento e palestras técnicas e workshop para tirar dúvidas de operadores, empresários e investidores do setor flexo via web, como todos tive que me adaptar para poder oferecer um bom serviço e levar o treinamento e conhecimento a todos os lugares e pessoas, pois além de gostar muito de ensinar a informação é fundamental para o sucesso de qualquer negócio ou serviço.
Caso queira saber mais sobre treinamento, consultoria e workshop para você e seus funcionários entre em contato.
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