segunda-feira, 7 de abril de 2025

Por que há uma carência de profissionais atualmente?

 


Começar um post com relato de quem tem mais de 50 anos parece "discurso de velho", mas prometo que não vou falar "no meu tempo!".

A alguns anos, no bairro onde passei minha infância na capital Paulista, havia pouco mais de 25 indústrias das mais variadas. 

No entorno de minha casa você poderia escolher, ao completar 14 anos de idade, se iria ser aprendiz em uma indústria química, metalúrgica, indústria plástica, eletrônica ou tecelagem. E estas eram algumas das opções.

Super Globo, Antenas Thevear, Condubras, Tecnoforjas, Thermoid e tantas outras gigantes à época não existem mais.

E o SENAI, uma instituição que tinha (ou ainda tem, difícil saber em época atual) o compromisso de formar profissionais para estas indústrias esta tímido, quase esquecido na mente dos poucos ainda que se recordam do bons tempos de "carteira assinada" (não deixem certos político ou afiliados a alguns partidos ouvirem esta palavra ok 😂😂😂😂😂 posso ser cancelado ou flopado como diz a nova geração).

Hoje, os jovens querem ser influences, youtuber e mais recentemente tiktokers. Mas influenciar o que e a quem se experiência alguma tais jovens detêm?

O mundo dos negócios em geral optou por terceirizar a produção e suas indústrias migrando para China, Índia, Coreia e Vietnã para não cintar mais pontos geográficos, outro fraco da nova geração o conhecimento da geografia.

Um exemplo, a WEG Motores, tradicional e empresa 100% Brasileira hoje com fábrica em 17 países. Não que isso seja ruim, mas muitos dos motores que poderiam ser produzidos aqui, gerando emprego e necessitando de mão de obra estão sendo fabricados e importados de outros países onde os custos são inferiores (assim como a flexibilização de algumas leis ambientais, trabalhistas, etc permitindo fazer coisas que aqui a burocracia e morosidade da justiça seria impossível). 


Com isso, cursos de SENAI para formação profissional não são mais necessários e se tornam obsoletos.

Por outro lado, o preço dos itens fabricados não ficaram mais barato para os Brasileiros e as empresas acabam por produzir, lá fora, mais por muito menos.

Isto é ruim? Claro que não, do ponto de vista dos negócios é excelente, diminuir custos e aumentar lucros é o "Santo Graal" da administração financeira de qualquer empresa sensata. 

Mas do ponto de vista de desenvolvimento interno do país é um tiro no pé. Com este tipo de estratégia, de importações e não produção, fechamento de fábricas no Brasil e terceirização (importados), de insumos e produtos permite colocar um ponto final a nossa indústria, inovações e crescimento. Transformamos a indústria nacional em meras montadoras, que juntam peças como quem monta um "lego" e não cria mão de obra especializada.

Há somente o investimento na mão de obra de montagem, abrimos mão de valorizar e exigir mais de nossos técnicos, engenheiros, designers, projetistas e programadores como mão de obra de criação e inovação, preferimos deixar isso com os "gringos" aos quais nos fizeram acomodados.

Hoje com mais de 3.1 milhões de pessoas formadas em nível superior e mais de 8,6 milhões que estão matriculados em cursos superior no Brasil, estamos inchados de "analfabetos funcionais".

As faculdades estão realmente preparando e capacitando estes estudantes, técnicos e profissionais para o mercado de trabalho? Ou ainda, existe perspectiva de criar na indústria nacional as mais de 8,6 milhões de vagas que serão necessárias daqui 4 a 5 anos época da formação destes estudantes?

Fala-se de empreendedorismo, mas o que vejo e o empreendedorismo teórico baseado em coaching de youtube que nunca realmente trabalharam e dizem ter uma fórmula mágica para o sucesso.

Ninguém realmente ensina a montar uma empresa, tem ou teve vivência no chão de fábrica, experiência de campo, ou colocou a mão na massa, tudo se faz por meio de algoritmos que nunca produziram nada.

Alguns alegam que a sua "formulazinha mágica" no excel e 20 minutos por dia no APP do seu celular você vai entrar para o ranking dos homens mais ricos do mundo, pura mentira.

E a cada novo amanhecer eu vejo a falência e decadência da indústria nacional, não só por falta de investimento mas por falta de profissionais.

Profissionais estes que são rejeitados todos os dias quando aparecem nas portas das indústrias, são tratados como aberrações por não serem jovens com iPhone e TikTok e por terem mais de 50 anos de idade.

Suas  muitas experiências práticas e teóricas, são vistas como afronta aos modelos administrativos desta nova geração que não produz nada e se apoia nas IAs e nos algoritmos que não criam resultados, somente teorias que na prática não se fazem presentes, pois NINGUÉM QUER SUJAR AS LINDAS MÃOZINHAS NA GRAXA DA MÁQUINA.

Enfim, não temos indústrias por falta de profissionais e não formamos mais profissionais por falta de indústrias. Chegamos naquele dilema, quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha?.



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