Em todos estes anos que atuo no mercado de flexografia, em especial como consultor, escuto e sou questionado sobre qual seria o maior problema enfrentado na impressão (pelos impressores) flexográficos, seja eles de banda estreita ou banda larga, não importa.
Já comentei no entanto que tudo na flexografia é variável e temos poucas constantes. Sendo assim, os problemas podem variar muito por diversas situações e condições. Seja por desconhecimento (falta de treinamento ou habilidade do operador), seja por falta de insumos ou escolha de insumo não adequado para o trabalho, por uma arte mal desenvolvida, tintas abaixo dos padrões, escolha de anilox inapropriados, velocidade de máquina e duplas face não tão bons mesmo que acolchoados.
Mas acredito que o campeão dos defeitos visíveis não só pelos impressores mas também pelos clientes, que por vezes compromete uma segunda venda ou implicam até em uma negociação de valores pós venda (levando a uma pressão de baixar o preço por não conformidade para não amargar uma devolução) é a marca de engrenagem ou zebrado, estrias ou tantos outros nomes.
Este defeito esta mais associado a fabricação do cilindro porta clichês e suas tolerâncias que ao uso da fita dupla face em si, já que todas as acolchoadas tem uma medida bem estável e espessuras muito controladas.
Mas existe outras coisas que influenciam no aparecimento destas marcas como: a espessura do substrato, espessura do clichês, fita dupla face e sua dureza, pressão de impressão, viscosidade da tinta e velocidade periférica do substrato em relação a velocidade periférica do porta clichês e do cilindro contra pressão (este pode ser visto facilmente analisando as retículas, por exemplo, que apresentarão um leve "escorregamento").
Todos este pontos devem ser devidamente controlados para que evitemos o aparecimento de estrias ou marcas de engrenagem.
As engrenagens Helicoidais evitam este tipo de defeito?
NÃO, as engrenagens helicoidais são mais precisas sob diversos aspectos, mas elas não eliminam este defeito. Minimizam sim, isto é um fato, mas o defeito ainda estará lá.
O sistema Gearless diminui este defeito?
Sim o sistema Gearless com o uso de porta clichês camisa ELIMINA por completo este defeito já que não há engrenagens entre o cilindros de impressão, anilox e tambor contra pressão (rolo de contra pressão).
Este sistemas 100% sem engrenagem são mais presentes em impressoras banda larga. As máquinas banda estreita, apesar de serem chamadas gearless, grande parte ainda possui engrenagens entre o anilox, cilindro contra pressão e porta clichês eliminando somente as engrenagens do sistema de cardã e tração.
O sistema Gearless (sem engrenagem em uma tradução literal) emprega servo-motores que são montados uma para cada cilindro, ou seja, uma impressora de 4 cores teria aproximadamente 10 servomotores, sendo assim distribuídos para uma impressora tambor central (sistema satélite):
- 1 servo motor para o tambor central (este é maior que os demais possui mais força);
- 4 servos motores para os porta clichês - 1 para cada unidade de impressão
- 4 servos motores para movimentar o anilox - 1 para cada anilox e grupo impressor
- 1 servo motor para o sistema de tracionamento/ recobinamento - controla a puxada do substrato na mesma velocidade periférica de todo o conjunto.
Tudo isso controlado por um CLP ou PLC (controlador lógico programável), um tipo de computador industrial que corrige em tempo real a velocidade periférica, o sincronismo e registro de cores, por isso estas impressoras são tão precisas e evitam perdas de desencaixe, marcas de engrenagens e de ajustes e acertos. Em contra partida são muito mais caras que impressoras convencionais que usam engrenagens.
Espero ter esclarecido as dúvidas e contribuído para que você saiba o defeito mais comum entre tantos possíveis no processo de impressão flexográfico.
Quer mais assuntos destes? Precisa de suporte ou uma consultoria técnica em sua empresa? entre em contato.
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