Com o "Taxão" americano e a lei da reciprocidade será uma boa ideia importar máquinas?
Pelo menos nos próximos 90 dias ou até uma definição do que e quando serão aplicadas as taxas, não aconselharia um investimento deste tipo.
Um aumento de 50% sobre a importação de uma máquina americana, além dos já tantos impostos que pagamos, poderá impactar em um sobrepreço de pelo menos 70% no final, ao desembarcar em nosso porto.
Isso quer dizer que uma negociação que você estivesse fazendo nos últimos meses, onde o valor do equipamento, colocado aqui (ou seja, desembarcado e devidamente desembaraçado na aduana), seria de um milhão, após estas trocas de taxas que podem advir da retaliação, o valor final seria de 1,7 milhão de reais.
Quase o valor de mais uma máquina só por conta de taxas, impostos e "picuinhas" políticas que o empresário nada tem haver e certamente não compactua. O mercado, ao menos de quem produz ou pretende fomentar a indústria nacional com equipamentos e insumos de produção será terrivelmente afetado, levando a uma crise que me faz lembrar os tempos de hiperinflação e da criação de planos que prometiam zerar a inflação como foi o Plano Cruzado e os seguintes.
Entender que no atual cenário econômico a aquisição de bens estrangeiros, em se tratando da incerteza de taxas que serão cobradas ao serem desembarcadas aqui no Brasil, deixa os empresários de mãos atadas e sem perspectivas de como driblar estes aumentos inesperados que nada são benéficos ou revertidos para os cidadãos.
Minha opinião é que nos próximos 60 a 90 dias seguintes a 01 de agosto de 2025 devemos aguardar a posição e postura dos líderes do governo em relação ao que será e onde serão aplicadas a reciprocidade e, então, optar pelo melhor produto e meio de importação.
Pode ser que, um equipamento americano tão sonhado tenha que ser substituído por um Europeu, Indiano, Chinês ou até criar estratégias de dupla importação, trazendo os equipamentos para um país "amigo" Sul-Americano e depois importar deste para o Brasil, quase como um "descaminho", podendo assim minimizar os impostos e ter acesso ao produto tão sonhado.
Mas, nós somos brasileiros, sempre "damos um jeitinho" e vamos achar uma saída para esta crise, se não achar, vamos acabar por "burlar" o sistema e assim conseguir o que queremos, não é assim que também fazem os nossos eleitos representantes?
Comentários
Postar um comentário