Produtividade X metros produzidos.
Quando o gerente ou "dono" da empresa se aproxima do impressor, dentre todas as possibilidades de assuntos e conversas possíveis em um dado momento surge a pergunta: "Quantos metros por minuto a máquina esta rodando?"
O interesse pela quantidade de metros produzidos é justificável, já que se usarmos a matemática básica e simples multiplicação chegamos a quantidade de material produzido por hora, dia, semana etc.
Também, sabendo da quantidade por minuto sabemos por aproximação quando podemos ter a máquina disponível para outro trabalho, ou seja, quando o trabalho atual em produção será finalizado.
Mas, não é bem assim que a "banda toca".
Se fosse simples desta forma como descrevemos acima a eficiência de uma empresa estaria próxima a 100%, o que não é verdade.
Além de muitos outros fatores que interferem na produção, como o próprio setup de máquina, disponibilidade de insumos, tempo de aprovação e a logística de movimentação de material entre os setores de produção, temos ainda uma "estratégia" de quase todos os impressores ou pessoal da produção realiza ao chegar um superior perto da máquina que é: AUMENTAR LIGEIRAMENTE A VELOCIDADE DA MÁQUINA. Esta velocidade se mantém mais alta até o "chefe" sair das vistas, quando ela novamente volta a sua pacata condição de "cumprimento de horário".
Mas, então como saber o quanto estamos sendo eficientes e o quanto estamos produzindo?
Existem diversas fórmulas e métodos para fazer isso, muitos dos quais se prendem aos relatos dados pelos próprios operadores em suas planilhas e OS (ordem de serviços).
Vou explicar como achar a velocidade e produção média da forma matemática simples, que funciona bem e é o ponto de partida. No entanto o resultado mais "afinado" só pode ser calculado ao fim do dia, pois depende de amostragem e não é fácil gerar isso em tempo real, como explicarei posteriormente.
O primeiro passo é ter o registro de toda a produção de uma máquina, e como fazemos isso?
- primeiro, ao iniciar a produção, vamos ler a primeira OS e o contador da máquina, registrar estes dados em uma planilha ou anotar em um caderno. Neste momento consideramos o valor igual a '0' (zero) para o início do dia.
- separamos todo o material para a produção da OS ou das OSs e colocamos a disposição do impressor (ou do troquelador, rebobinador, refilador etc.)
- a cada bobina ou OS finalizada anotamos a metragem total que rodamos, não importa aqui a velocidade da máquina e sim a quantidade produzida em metros lineares. Se uma OS tem 18000 etiquetas e rodamos 1500 metros de material já prevendo a quebra (quantidade a mais para suprir defeitos e falhas na revisão), anotamos 1500 metros.
- ao fim do dia (finalizou o turno), pegamos as anotações e vamos fazer as contas.
Como fazer as contas:
Digamos que o impressor da máquina Chipflex rodou 2 (duas) ordens de serviço. Uma das ordens de serviço refere-se a uma cromia e possui 2690 metros lineares de produção e a outra OS uma etiqueta de 3 cores de promoção com 7100 metros lineares. Não vamos considerar o tempo de ajuste de máquina, troca de serviços lavagem, a eficiência será baseada somente na velocidade de produção e não nestes tempos "mortos".
Agora, digamos que o turno avaliado tenha 8 horas, mas que destas somente 6,5 são efetivamente produtivas (vamos fazer duas contas aqui), pois temos hora de almoço e café que serão descontadas.
Qual será a minha velocidade média de produção levando-se em conta um turno, e quanto seria possível produzir em 22 dias de trabalho?
Primeiro vamos achar total produzido por esta máquina em um turno
- Total turno máquina Chipflex → (7100 + 2690) = 9790
- Vamos achar a produção em 8 horas → 9790 ÷ 8 = 1223,75 metros
- Precisamos da velocidade em metros por minuto → 1223,75 ÷ 60 = 20,39 mpm
Agora temos a real velocidade de máquina no turno de 8 horas, sabemos que, nas condições similares de produtos e geometria de serviços (modelos de etiquetas) teremos que este impressor, nesta máquina terá como média ≅ 20 mpm (metros por minuto). Exigir mais que isso não seria recomendado, mas é possível em casos com serviços mais simples, setup menores, mas este valor seria suficiente para um cálculo preciso de tempo de produção e custeio de horas máquina.
Podemos no entanto refinar mais o cálculo, como disse anteriormente, usando as horas consideradas úteis para a produção, substituindo as 8 horas do turno pelas 6,5 horas reais de produção, neste caso teríamos:
- Achar a produção em 6,5 horas → 9790 ÷ 6,5 = 1506,15 metros
- Velocidade em metros por minuto → 1506,15 ÷ 60 = 25,10 mpm
Nesse caso, teríamos uma eficiência maior de máquina e de nosso operador.
Para concluir a pergunta, em 22 dias de trabalho teríamos uma produção estimada para a máquina Chipflex de 215380 metros lineares e uma velocidade média de ≅ 20 mpm.
Cada empresa no entanto pode adotar critérios diferentes para chegar na velocidade média de produção diária, por turno ou mensal, mas, lembrando que sempre será por amostragem e devem ser feitas várias amostragens para se obter resultados mais precisos e confiáveis.
Em uma de minhas matérias publicadas, alguns dias atrás aqui mesmo no blog e no Youtube, eu fui desafiado justamente a criar uma forma de obter estes números em tempo real, lendo o comportamento da máquina sem depender da narrativa obtida do operador ou de suas anotações diretas em planilhas. Desenvolvi, depois de ter feito alguns rascunhos e protótipos aqui na minha banca, um contador de metragem, com parada automática (até ai nada diferente do que já existe nas máquinas atuais), mas que possui uma interface WI-FI e permite a leitura em tempo real do que esta sendo produzido. O sistema, que utiliza os mesmos sensores da máquina para o contametros faz a conversão automática dos valores lidos e mostra: velocidade média, estimativa de produção, produção total no turno, total de metros lineares, assim como podem ser implementadas outras funcionalidades a partir do sinal recebido, inclusive salvar os dados no formato excel e você mesmo implementar os cálculos que deseja. (vídeo do protótipo de onde surgiu a ideia - https://youtu.be/PcI__8OTVDQ)
Vou explicar melhor estes conceitos e o produto (equipamento) que criei em uma próxima matéria aqui mesmo no Blog (e eventualmente no Youtube).
Se tiver dúvidas ou querendo agendar uma consultoria ou solução para sua empresa, entre em contato: flexonews.br@gmail.com
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