Sempre fui curioso, desde elementos mecânicos até o funcionamento de eletroeletrônicos, computadores e por que não dizer do funcionamento dos seres vivos em geral.
Quando criança, alimentado pelos extintos gibis (aquelas revistas em quadrinhos), do Professor Pardal e Ludovico Von Pato da Disney que eram impressos pela também já extinta (de certa forma, claro) Abril Cultural, eu viajava na possibilidade de ser cientista.
Professor Ludovido Von Pato |
Claro o conceito de cientista em minha época de criança era bem amplo, hoje, o cientista é aquele cara que pesquisa um área determinada, como disse no meu tempo o cientista era o cara que pesquisava de química a biologia passando pela física, matemática com um misto de explorador e arqueólogo, polivalente e multifuções resumidamente.
Eu nunca parei de pesquisar e estudar, no momento me dedico a dois cursos em duas faculdades como aluno e dou algumas palestras a uma outra instituição, mas percebi uma coisa interessante principalmente nos cursos de biologia, química, física e outros voltados a ciência das mais variadas e em especial nos cursos de mestrado, doutorado e pós, NÃO TEMOS BRASILEIROS.
Professor Pardal e Lampadinha |
Isso mesmo que você ouviu, estava inclusive ontem (baseado na data de postagem desta matéria) assistindo o canal da UNIVESP (como disse sou muito curioso e gosto de reportagens e documentários) e neste documentário específico percebi que os alunos de doutorado e mestrado eram todos "gringos". Isso mesmo, eram de outras nacionalidades.
De aproximadamente 5 alunos que participaram da entrevista 3 eram de outras nacionalidades.
E pasmem, em um curso de biologia sobre pássaros (imagina em outras áreas mais importantes para o seres humanos, não que os pássaros não sejam), e os livros e pesquisas - os tais documentários - eram feitas por pesquisadores hora franceses hora ingleses ou alemães. Bem, isso prova que nem para documentar os brasileiros são capacitados.
Em outras palavras, não é que nossas instituições são ruins, ensino fraco ou até podemos dizer falta de recursos (claro que este último é uma realidade), mas a falta de interesse de nossa população (neste caso os estudantes) é muito grande.
Ouço respostas das mais diversas para dar desculpas em entrevistas que faço com pessoas para vagas de emprego, mas uma em especial é interessante. Quando questionados: "Você tem experiência em informática?" e o entrevistado responde: "Sim tenho!". Pode ter certeza que ele não faz a mínima ideia do que quer dizer experiência em informática. Mas eu vou deixar claro aos que acham que tem experiência que fazer vídeos de tiktok e acessar sua página do facebook não lhe dá este conhecimento.
Não vejo mais pessoas lendo livros (seja físico ou digitais) somente o tal tiktok, kwai, facebook e instagram, mas tudo com futilidades. Não que o divertimento, o lazer, a distração sejam proibidos, mas damos mais valor a estes temas e acessando tanta banalidade, querendo ver alguém "cair em uma casca de banana" ao entender por que que 2+2 são 4 e não 5!
Ai, na hora de contratar alguém para uma vaga de emprego as empresas perguntam na dinâmica de grupo: "Onde você quer estar daqui 5 anos?", a resposta é clara, TENTANDO UMA VAGA. Não existe mais qualificação e formação capaz de preencher as exigências dos descritivos de emprego e, nem o candidato sabe mais interpretar textos quem dirá preencher argumentar ou dialogar com o entrevistador para expor seus interesses e valores para a vaga específica.
Conhecimentos gerais, o mínimo de química (NaCl poucos sabe que é o tal sal de cozinha), e curiosidade científica diria que é raro hoje.
Precisamos ter mais curiosidade cientifica e nos interessar por todos os assuntos um pouco, devemos valorizar mais os documentários e não somente o tiktok e o cara escorregando em uma casca de banana ou em um vídeo vazado de uma acidente ou assalto. Deixemos esses vídeos de lado, vamos nos preocupar em melhorar nossa capacidade de aprendizado e por consequência nossa capacidade criativa e produtiva.
Caso contrário, estaremos sim produzindo bons profissionais e doutores mas para outros países e seremos sempre atrasados.
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